Blog do José Cruz

Senhores do Vento

José Cruz

“Adrenalina, humor, suspense e muita aventura levam o espectador, mesmo se leigo em esportes náuticos, a acompanhar com interesse e emoção a aventura dos protagonistas, torcendo por eles nos momentos mais dramáticos, vibrando com eles nas vitórias e se surpreendendo com o resultado final” (Isabella Nicolas, diretora do documentário “Senhores do Vento”)

vento

O destaque cultural da Semana JK de Vela, encerrada ontem, foi o lançamento em Brasília do documentário “Senhores do Vento”. É uma produção de 95 minutos sobre a participação brasileira na Volvo Ocean Race – Regata Volta ao Mundo, com imagens impressionantes da participação do barco Brasil 1, sob o comando de Torben Grael, na edição da prova, 2005/2006.

O documentário registra a ousadia desses velejadores na dura competição de oito meses, quando enfrentaram as adversidades da natureza em alto mar por até dez dias, “combinando grande velocidade com excepcional resistência física e emocional”, resumiu a jornalista Isabella Nicolas, produtora e diretora do “Senhores do Vento”. A epopeia do Brasil 1 é um dos orgulhos da história do esporte no Brasil como um todo e da vela, em particular.

Regata

Num fim de semana de clássicos no futebol, de grandes eventos internacionais – Brasil x Cuba, no vôlei, Brasil x Argentina, no basquete, US Open de Tênis etc – reservei a manhã de domingo para acompanhar competição na qual o Brasil tem tradição olímpica, mas ainda sem torcida, a vela. A regata foi no Lago Paranoá, em Brasília, valorizada pela presença de dois medalhistas olímpicos, os irmãos Torben e Lars Grael.

A tradicional Semana de Vela JK terminou com a regata final do Campeonato Brasileiro da Classe Star, com 18 duplas. A vitória ficou com Torben Grael e Guilherme Almeida. Torben, dono de cinco medalhas em olimpíadas, é o chefe da seleção brasileira de vela aos Jogos Rio 2016. Na raia, outro medalhista olímpico, Lars Grael, o que demonstra a importância do evento realizado no Iate Clube e o privilégio de ver esses atletas em competição.

Estranho

Num país de oito mil quilômetros de litoral e fartura de águas interiores, soa estranho não se ter tradição nos esportes náuticos. Além de nossas origens estarem nos ousados navegadores portugueses, principalmente. Mas, afinal, apesar dessa fartura de água também não temos o peixe – o produto de origem animal mais rico em proteínas – na alimentação escolar de nossos estudantes.

Como diz Lars Grael, os terrenos e imóveis de frente para o mar são os mais valorizados no país, mas a convivência de seus moradores com a natureza ali frente não passa da areia da praia ou das primeiras ondas.