Copa provoca queda na arrecadação e compromete programas sociais do governo
José Cruz
Com forte apelo comercial, os megaeventos repercutem, também, no desempenho da economia. Para mais ou para menos. Com a Copa do Mundo, o governo fez projeções para mais. Porém, iludiu-se, porque os números mostram que perdemos.
Depois da euforia sobre a “Copa das Copas”, os jornais revelam que o baixo recolhimento de tributos em julho foi o pior resultado para este mês, desde 2010. E isso aconteceu porque tivemos menos dias úteis em julho. Caiu a produção industrial e, consequentemente, a arrecadação.
Com esse desempenho para baixo falta dinheiro até para os programa Bolsa Família e Seguro Desemprego, que não podem falhar neste momento de campanha eleitoral. Documentos oficiais mostram que, desde julho, a Caixa Econômica Federal reclama que os repasses do governo são insuficientes para atender aos programas sociais.
Resultado:
quem assume a diferença é a Caixa, mesmo contrariando normas do Banco Central, como mostra reportagem da Contas Abertas. Veja aqui
Enquanto isso…
… o secretário de Saúde do Distrito Federal, Elias Miziara, foi exonerado pelo governador Agnelo. Miziara declarou na quinta-feira que “a população tem o mau hábito de procurar hospitais à noite”, provocando filas enormes nos hospitais.
Apesar da esdrúxula declaração do ex-secretário, a verdade é que os problemas na área da saúde em Brasília e no Brasil se acumulam há décadas. E no Distrito Federal, em particular, a omissão de agora contrasta com a construção de um estádio de futebol de quase R$ 2 bilhões. A saúde ficou em segundo plano, porque o dinheiro foi para o concreto de 72 mil lugares.
Dois meses depois da festa da “Copa das Copas” o torcedor cai na real e o governo tropeça no rombo de suas contas. Portanto, o discurso eufórico de que fizemos o melhor evento de todos os tempos foi do tipo “para inglês ver”.