Presidenciáveis prometem a mesmice para o esporte
José Cruz
Historicamente corrupto, caloteiro, falido financeiramente e desmoralizado no campo de jogo, ainda assim o futebol mantém forte apelo para cativar o torcedor-eleitor, como mostram os presidenciáveis em suas campanhas eleitorais.
Bem antes da Copa do Mundo, duas parcerias se formaram: Eduardo Campos, do PSB, e o deputado Romário, do mesmo partido. O “Baixinho” lidera a pesquisa para o Senado, no Rio de Janeiro e mantém popularidade dos tempos em que era bom de bola.
Já o candidato tucano, Aécio Neves, se alinhou a Ronaldo Fenômeno, em plena campanha buscando o Palácio do Planalto.
Campeões mundiais, Ronaldo e Romário mantêm o prestígio daqueles tempos e, agora, investem na política e em políticos.
Esse panorama deve ter incentivado o comando de campanha de Dilma Rousseff a buscar um parceiro no futebol para fortalecer o discurso da reeleição.
Resultado: em boa hora, surgiu o Bom Senso F.C. e Dilma entrou em campo. Além da foto com os jogadores, ela abraçou uma proposta de apelo simpático, a “moralização do futebol”. Se isso é verdade ou é possível… Pode até ser utópico, mas, vai que dá certo!…
Propostas
Como em eleições anteriores, desde o tempo de JK, as propostas dos principais candidatos à presidência da República para o esporte são genéricas “diretrizes”. Tratam o assunto de forma isolada e superficial, e não com propostas ao lado da educação, saúde, turismo, meio ambiente, indústria e comércio etc. O alto rendimento mistura-se ao esporte de lazer e promessas de integração com a educação. Confuso.
O programa de Dilma diz que é “urgente modernizar as relações do futebol”. E propõe a continuidade do programa Bolsa-Atleta e construção de 285 Centros de Iniciação do Esporte.
A Bolsa é rica promessa de campanha, pois são 6.600 eleitores em potencial, familiares e amigos… E Centro de Iniciação sem projeto pedagógico e concurso para professores de educação física é proposta para ficar no papel.