Governo abre o cofre para as obras olímpicas
José Cruz
Um mês depois da bronca olímpica e repercussões internacionais negativas sobre o atraso nas obras para os Jogos Rio 2016, o governo federal abriu o cofre do financiamento público e começou a liberar a grana para estádios monumentais.
Só no mês de maio o Ministério do Esporte liberou R$ 261,4 milhões para quatro frentes.
OBRA | VALOR |
Centro de Tênis | 72.828.390,00 |
Estádio Aquático | 87.822.793,00 |
Velódromo | 57.295.475,00 |
Ginásio para Handebol | 43.458.880,00 |
TOTAL | 261.405.538,00 |
Memória sobre o desperdício
Para os Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, em 2007, o governo federal gastou R$ 62 milhões na construção do Parque Aquático e na importação da pista do Velódromo, segundo relatório oficial do Ministério do Esporte. Agora, serão R$ 140 milhões em novas instalações para os mesmos esportes.
O desperdício é evidente quando se lê o relatório do Ministério do Esporte, volume II, sobre o Pan 2007. Confiram:
“O velódromo é a única instalação do gênero coberta no Brasil. A pista , também a única de pinho siberiano no País, foi importada da Holanda por R$ 2,1 milhões. O pinho siberiano é um material de alta durabilidade e excelente acabamento, utilizado nos principais equipamentos que servem a eventos esportivos internacionais do ciclismo”
Mas…
“A instalação apresentou problemas apenas no evento-teste feito pela prefeitura, em 11 de julho de 2007, quando uma pequena parte do teto cedeu com o peso da chuva”.
Como se observa, no Brasil não adianta ''material de alta durabilidade''…
Encerrados os Jogos, o Velódromo foi destruído. O tal “pinho com material de alta durabilidade” também foi destruído e lá se foram R$ 16 milhões gastos naquela obra. E ninguém foi preso por isso diante dessa irresponsabilidade do gestor público, com Secretaria Nacional de Alto Rendimento do Ministério do Esporte à frente.
A propósito de Pan 2007, o principal estádio de futebol, depois do Maracanã, também está fechado em plena Copa do Mundo no Brasil, para conter a cobertura, que começou a desabar…