Futebol & política: o “esforço concentrado” troca de lado
José Cruz
Esse tal de “esforço concentrado” que a Câmara dos Deputados quer fazer, para “limpar a pauta de votações”, não deveria ser da Seleção Brasileira, principalmente depois do sufoco que passou no último jogo? Diante do que ocorreu, seria o caso de dispensar e dispersar o grupo, quando ele deveria estar mais unido e focado nos adversários e no objetivo da conquista maior?
Enfim, como futebol & política têm tudo a ver, de repente a troca de “esforço” poderá até fazer muito bem. Para ambos, claro.
Os fatos
O avanço da Seleção Brasileira na Copa do Mundo é propício para a cartolagem do futebol.
Na medida em que se aproxima a possível vitória final, cresce a possibilidade de o projeto de lei que trata da dívida fiscal dos clubes também ter sucesso de aprovação, principalmente quando chegar à mesa da presidente Dilma Rousseff.
A agenda da Câmara dos Deputados desta semana não prevê votação do projeto que trata desse assunto.
Porém, na reunião do colégio de líderes, amanhã, é possível que o tema entre em pauta, aproveitando o bom momento da Seleção. As vitórias da turma do Felipão ajudam a conquistar votos, principalmente dos parlamentares indecisos, para turbinar o tal projeto de lei, que abafa um calote fiscal de R$ 4 bilhões dos clubes de futebol.
O projeto trata da “responsabilidade fiscal e financeira dos clubes com gestão transparente e democrática”. O nome é bonito, mas os objetivos são altamente suspeitos, até pela origem da proposta, como já se comentou neste espaço.
Não é da cultura dos cartolas cumprir compromissos com o governo. A falta de pagamento de muitos clubes aos refinanciamentos de suas dívidas fiscais é a prova de que tudo continuará assim. E se o título mundial vier, o calote será oficializado com festa e aplausos.
Quem duvida?