Copa 2014: o lado oculto do jogo da bola
José Cruz
A quatro dias do jogo de abertura da Copa do Mundo o cenário já é outro, e as lentes da imprensa se voltam para as seleções que farão a grande e bilionária festa do futebol.
Esqueçam que a Fifa é uma caixinha de corrupção com ramificações mundo afora. Que o futebol é a maior lavanderia a céu aberto do mundo, explorando profissionalmente as emoções do jogo da bola.
Já não se fala sobre as obras de mobilidade urbana que ficaram pelo caminho. Ou dos R$ 4 bilhões cortados do orçamento, reduzindo de R$ 12 bilhões para R$ 8 bilhões as frentes de trabalho que ficariam como “legado”…
Esqueçam que a União terá que ressarcir a Fifa de qualquer prejuízo. Ou das mudanças no Estatuto do Torcedor para atender exigência dos patrocinadores. Ou da isenção fiscal para a Fifa e suas subsidiárias.
E que não se fale em legados, pois esses são frágeis, como ficou provado no Pan 2007. Ou Jogos Estudantis Mundiais.
Vamos para o campo de jogo, pois como dizem os marqueteiros, “futebol provoca emoções e emoções vendem”. Está provado, é assim. Na prática essa teoria tem um custo, que o governo se submeteu assumir.
Mas, no balanço final, nem o país anfitrião nem o torcedor entrarão no rateio do lucro bilionário do jogo da bola. Esse está reservado para poucos espertos. Ricardo Teixeira que o diga.