Blog do José Cruz

Os trambiques no esporte e o exemplo de Luiz Estevão

José Cruz

Se nas quadras o basquete brasileiro está pelas tabelas, fora delas pode fechar as portas. Sem exageros, mas é o que mostra o balanço contábil de 2013 da Confederação Brasileira de Basquete (CBB), onde se identifica “situação falimentar” da entidade.

A precariedade e risco da gestão do presidente da CBB, Carlos Nunes, estão nas contas, inclusive com aumento no débito fiscal. Só com o INSS a dívida cresceu 64%.

Quem revelou esse quadro foi o companheiro Fábio Balassiano, em seu blog, Bala na Cesta, com base na palavra de um especialista,  Jorge Eduardo Scarpin, do curso de Mestrado em Ciências Contábeis da Universidade Federal do Paraná. Depois de analisar o balanço da Confederação de Basquete (aqui), recentemente divulgado, Scarpin concluiu:

No Fechando esta análise, se a CBB fosse uma empresa privada, estaria em situação falimentar, ou seja, ou já estaria de portas fechadas ou se encaminhando para isto. Não vou entrar no mérito se a gestão esportiva é boa ou não, não sou especialista na área, mas, com certeza, a gestão financeira está muito, mas muito a desejar. Em 2012 observamos uma leve melhora nas contas, mas em 2013 a situação voltou a piorar, em todas as dimensões de análise''

E daí?

Daí que isso não significa nada, mas preocupa muito, porque a CBB se mantêm com verbas públicas que têm a seguinte origem:

Orçamento do Ministério do Esporte

Lei de Incentivo ao Esporte

Loterias federais, via Comitê Olímpico Brasileiro

Eletrobras, patrocinadora oficial

Ou seja, o governo, por várias fontes, coloca dinheiro público nas mãos de pessoas irresponsáveis na sua gestão. E como se mantêm a CBB diante desse caos? Com empréstimos bancários, desde 2009, pagando juros altíssimos. Só em 2013 foram R$ 2,5 milhões de juros, dinheiro que deveria ter sido injetado na prática esportiva.

Repetições

Esse caso do basquete revelado por Balassiano é repetido e nada se sabe em termos de Tribunal de Contas ou da Controladoria Geral da União. E o que diz o secretário de Alto Rendimento, Ricardo Leyser Gonçalves, que conhece os balanços contábeis? Até agora, nada!

Como já divulguei, a Confederação de Tênis também é exemplo triste de gestão. Até denúncias de falsificação de extrato bancário na prestação de contas junto ao patrocinador, os Correios, existem.Isso sem falar em notas fiscais de despesas que não aconteceram. Alguém fiou coma grana! E no basquete, teremos alguma ação da Eletrobras, do Ministério do Esporte ou do Comitê Olímpico Brasileiro diante do evidente caos financeiro?

As orignens

As origens da impunidade são íntimas do sistema político e da gestão pública. No caso, estamos falando de esportes, de verbas “pequenas”, enquanto no restando da gestão pública federal o roubo, o trambique se tornaram rotinas e impunidades idem.

Por exemplo: o ex-senador e empresário, Luiz Estevão, acaba de ser beneficiado om a prescrição de dois dos cinco crimes a que foi condenado, pelo superfaturamento na construção da sede do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de São Paulo.

Luiz Estevão se livrou devido à demora na conclusão do processo, e não responderá pelas acusações de uso de documento falso e formação de quadrilha. Mas seguem as condenações por peculato, estelionato e corrupção passiva. Mas, daqui a pouco, ele também se livrará dessas. Duvidam?

É por isso que os cartolas estão rindo à vontade, porque sabem que as denúncias de crimes praticados não darão absolutamente em nada.

Para saber mais:

http://balanacesta.blogosfera.uol.com.br/2014/05/07/balanco-financeiro-da-cbb-minha-analise-muita-divida-e-nenhum-projeto/