Nuzman, ex-candidato da Arena, mantém espírito da ditadura no esporte
José Cruz
“As pessoas têm medo de falar porque são retaliadas, refiro-me ao que testemunhei. O esporte brasileiro ainda vive nos anos de chumbo, nunca mudou. Da ditadura militar ao MDB; do partido do Collor ao partido do Itamar; do PSDB ao PT, a única coisa em comum entre eles é o presidente do COB.” (Bebeto de Freitas)
Em O Globo e globo.com, hoje, mais uma entrevista que é valiosa contribuição à história do esporte brasileiro, com depoimento do técnico de vôlei, Bebeto de Freitas (vice-campeão olímpico pelo Brasil, 1984, e campeão mundial pela Itália, 1998).
A reportagem ressuscita uma história que explica a perpetuação de Carlos Arthur Nuzman na presidência do Comitê Olímpico Brasileiro.
Nos “anos de chumbo”, como era chamado o regime militar, que impôs censura e implantou terror no Brasil, Nuzman foi candidato a deputado pela Arena, o partido dos generais. E está à frente do COB há 19 anos, bem ao estilo militar que ele se aliou, que governava sem eleições para presidente da República, pois não admitia oposição.
Para os mais novos: havia só dois partidos, a Aliança Renovadora Nacional, Arena, e o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), de Ulysses Guimarães, que evoluiu para o PMDB. Nuzman optou pela ''ordem unida''.
Com muita pressão popular veio a “abertura política”: os exilados voltaram ao Brasil, reconquistou-se a democracia, o Congresso Nacional foi reaberto, eleições presidenciais com voto direto, enfim, institucionalizou-se a corrupção (mas é outra historia). Mas no COB de Nuzman a ditadura continuou. Até hoje, Ele mudou o estatuto com artigo que limita o lançamento de opositores.
A entrevista completa de Bebeto de Freitas em www.globo.com está aqui: