Jorge Rosa quer dirigir sozinho a Confederação de Tênis
José Cruz
O presidente da Confederação Brasileira de Tênis, Jorge Lacerda Rosa, quer concentrar poderes, no melhor estilo ditatorial.
Além do presidente, mais ninguém será eleito para a diretoria. Os cargos serão preenchidos por livre escolha dele, Jorge Rosa. A proposta será votada na assembléia de sábado próximo, dia 29, conforme o edital de convocação.
Isso é um risco para a gestão do esporte, pois quem não rezar pela cartilha do presidente dançará.
Jorge Rosa, presidente da CBT – (foto de Fernando Dantas – Gazeta Press)
Coincidentemente, no dia seguinte ao da assembléia, 30 de março, completam-se 50 anos do golpe militar que fechou o Congresso Nacional e sepultou a democracia por longos anos. A abertura foi “lenta e gradual” e os direitos políticos reconquistados graças às manifestações de rua. E no caso do esporte, onde estão as manifestações dos atletas?
A linha dura no esporte em geral e no tênis em particular não se democratizou. Ao contrário, continuou como nos anos de chumbo, sem democracia, com o Congresso Nacional fechado ou dominado pela força militar.
É o estilo Nuzman, presidente do Comitê Olímpico (que foi candidato a deputado pela Arena), chegando às confederações. O estranho nesse processo é que todas as entidades do esporte olímpico são sustentadas por verbas públicas. Muito estranha essa conjugação de ditadura e dinheiro oficial.
Pior:
Na mesma assembléia da CBT, no sábado,os presidentes de federações votarão sobre “o salário dos dirigentes”! – que serão pagos com verbas públicas.
Sob suspeita
Quem propõe tudo isso, Jorge Rosa, responde a uma queixa-crime que tramita no Ministério Público de São Paulo.
O processo, número 134.001.003152;2011-81, atualmente sob investigação da Polícia Federal, é tão grave que está em segredo de Justiça. As investigações envolvem, entre outras denúncias, falsificação de estatuto e o uso de contas correntes laranjas, por Jorge Rosa, à frente da Confederação Brasileira de Tênis.
Observação
Não publico a manifestação de Jorge Rosa porque ele não responde minhas mensagens. Optou pelo silêncio.