Atletismo: Brasil fica em 14º lugar no Mundial em pista coberta
José Cruz
Encerrado o Mundial de Atletismo em pista coberta, em Sopot, na Polônia, lá vem a delegação brasileira com uma medalha de ouro, feito Mauro Vinícius Duda da Silva, bicampeão no salto em distância. Os EUA foram os vencedores da competição, com oito medalhas de ouro e um recorde mundial, no revezamento 4x400m masculino. Rússia terminou em segundo e a Etiópia em terceiro.
A mais, os melhores resultados do Brasil em Sopot foram os quarto lugares de Thiago Braz e de Fabiana Murer no salto com vara. Em provas de pista o Brasil não se classificou para nenhuma final. E fez apenas uma semi-final com Franciela Krasucki nos 60m rasos.
Quadro de medalhas
No quadro de medalhas o Brasil terminou na 14ª posição num quadro de 26 países que foram ao pódio, e ficou atrás da Etiópia, Jamaica, Cuba, Quênia e Catar. E empatado com a superpotência esportiva Djibouti…, ao noroeste da África, com 800 mil habitantes, a metade da população de Brasília.
Já no “Placing Table” que classifica os países atribuindo pontos da primeira à oitava colocação em cada prova, o desempenho do Brasil foi mais dramático: terminamos na 16ª colocação, novamente atrás da Jamaica, da Etiópia, de Cuba e do Quênia.
E daí?
Diante do gigantismo territorial do Brasil, da fartura dos recursos humanos e financeiros que dispomos para o esporte já há 13 anos e da proximidade dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, as questões que precisam ser respondidas são:
1) Em um país com 55 milhões de estudantes em idade escolar sendo que 40,6 milhões matriculados em escolas públicas (dados de 2010):
Quantos Dudas, Fabianas, Maurrens, Joaquins, Adhemars, Joões do Pulo, entre outros são perdidos nos corredores e pátios das nossas escolas? Sobretudo nos corredores e pátios das escolas públicas?
2) Pq ainda não existe no Brasil um programa de alto rendimento que alie a ciência à tecnologia, com rede integrada de Centros de Excelência, tal qual existe na Austrália, na própria Polônia, que sediou o Mundia Indoor, por exemplo, onde possam treinar nossos expoentes?
Repete-se com Duda o que já ocorreu com Guga, com Arthur Zanetti, com Daiane dos Santos, descobertos ao acaso, sem um projeto de identificação de talentos.
Enfim, até quanto continuaremos a ler entrevistas como esta? http://glo.bo/1bEB0Dv