Blog do José Cruz

Pizzolato esporte & marketing

José Cruz

A prisão do ex-diretor de marketing do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, ontem, na Itália, sugere mais um capítulo sobre as relações do Estado com o esporte.

Como se sabe, o Banco do Brasil é parceiro histórico da Confederação Brasileira de Vôlei. Assim como os Correios sustentam a natação, a Caixa o atletismo e por aí vai.

Porém, os valores e compromissos dessas parcerias nem sempre têm divulgação aberta por questão de “mercado”, para dificultar a reação dos concorrentes. Também ficam escondidos os compromissos das partes que assinam os contratos. E sem clareza no uso da grana pública sobram dúvidas e suspeitas. Afinal, o dinheiro vai todo para o esporte ou parte dele fica pelo caminho para, digamos, “acertos” ou “agrados”, como ocorreu no ''caso Pizzolato''?

Como se sabe, Pizzolato foi condenado a 12 anos e sete meses de prisão por crimes de peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no processo do mensalão Agora, viajava com o passaporte falso!

Segundo o processo no Supremo Tribunal Federal, Pizzolato repassava dinheiro de marketing do Banco do Brasil para a empresa de Marcos Valério, operador do mensalão, e recebia um “agrado” em sua conta corrente…  Ele era o homem forte do marketing do banco; dava a palavra final sobre valores dos contratos, inclusive os negociados por Ary Graça, então presidente da Confederação Brasileira de Vôlei. Estaria o esporte também sendo objeto dessa corrupção? ainda não se sabe.

Enfim, no país do futebol onde algumas gestões já se revelaram corruptas, parcerias de marketing olímpico podem esconder, muitas vezes, maracutaias que avançam sem-cerimônia, aproveitando a emoção que o esporte oferece para desviar a discussão.

E num país em que a corrupção está institucionalizada, isso deve exigir atenção em dobro da CGU e do TCU em todas as estatais que financiam o esporte: Caixa, Petrobras, Infraero, Eletrobras, Correios e o próprio Banco do Brasil, que tem no vôlei de quadra e de praia um belo caso de marketing vitorioso e em Pizzolato um triste exemplo de corrupção institucional.

Bomba

Na semana passada publiquei sobre o tempo quente na Confederação de Vôlei, com muita gente questionando sobre a gestão do ex-presidente, Ary Graça, hoje na Federação Internacional da modalidade. Ainda coleciono informações. Ontem ocorreu mais uma reunião na Confederação para discutir sobre os rumos desse assunto, que domina o interesse da comunidade do vôlei brasileiro.