Os suspeitos negócios da bola
José Cruz
A reportagem de Juca Kfouri e Bernardo Itri, domingo, na Folha de S.Paulo, mostrando que a Fifa repassou R$ 870 milhões de suas despesas para os governos das 12 sedes da Copa do Mundo é mais um capítulo nessa história de prejuízos sem fim, descobertos aos poucos.
Na semana passada, o repórter Aiuri Rebello contou aqui no UOL Esporte que R$ 1,6 bilhão para a construção de estádios está na conta do Tesouro Nacional. Isso sem falar nos incentivos e isenções estaduais e municipais.
E há outros R$ 1,1 bilhão de isenções fiscais à Fifa, conforme projeções do Tribunal de Contas da União. Tudo com o aval das excelências do Congresso Nacional. Está na Lei Geral da Copa!
Esses valores e benefícios públicos bilionários contrastam com a pobreza do esporte, mostrados no domingo, na abertura dos campeonatos regionais, revelando os extremos da realidade do futebol.
Enfim, o balanço dessa contabilidade de espertos e ofensiva ao contribuinte brasileiro confirma que o futebol é, de fato, “um grande negócio”, mas com prejuízos para o bolso do torcedor-contribuinte.
Mostra, também, como o Brasil, pentacampeão em campo, ainda é amador – ou “ingênuo” – na condução dos negócios do esporte. Quem está negociando esses privilégios? governadores? prefeitos? partidos? o governo federal? as assembleias legislativas? quem?
E ainda faltam cinco meses pra bola rolar…
Haja bola!