Acusado de corrupção usa Ministério do Esporte para fazer campanha
José Cruz
Wadson Ribeiro, que já foi secretário do Ministério do Esporte, de onde foi demitido acusado de desviar R$ 2,4 milhões do programa Pintando a Cidadania, está em campanha para deputado federal negociando verbas da pasta do ministro Aldo Rebelo.
Ex-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) e atual presidente do PCdoB de Minas Gerais, Wadson viaja pelo interior do estado usando sua influência política junto aos camaradas do partido que ainda trabalham no Ministério Esporte.
Recentemente, ele esteve com o prefeito de Varginha, Antônio Silva (PTB), negociando a construção de um “Centro de Iniciação Esportiva”, orçado em R$ 3,6 milhões. É um evidente caso de uso da máquina pública a serviço de partido político, no caso o PCdoB, repetindo o que ocorre com outras agremiações que ocupam a Esplanada dos Ministérios.
Wadson, que busca a eleição federal para ganhar imunidade parlamentar, age como se ainda estivesse no Ministério. E deve ter amigos fortes e influentes por lá para abusar escancaradamente dessa forma. Liberou geral e a festa com a grana pública é farta.
Esperto
Wadson é um ex-aluno de Medicina, curso que não concluiu, pois acabou presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), quando em 2001 descobriu as facilidades que teria na vida pública.
No Ministério, amigo do então ministro Orlando Silva, hoje vereador em São Paulo, ele usou a pasta para viajar, assinar convênios, encontrar-se com prefeitos e fazer promessas em discursos, turbinando campanhas eleitorais do partido e candidaturas dele, claro.
Corrupção
Em 2011, ainda secretário do Ministério do Esporte, Wadson (foto abaixo) começou a ser investigado pela Polícia Federal, acusado de desviar R$ 2,4 milhões do programa Pintando a Cidadania, no Instituto Cidade, em Juiz de Fora, reduto do distinto senhor. O inquérito está no Ministério Público e CGU, onde pedi informações detalhadas. O dinheiro simplesmente desapareceu da conta do Instituto e o programa faliu, deixando mais de 100 pessoas desempregadas.
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Wadson era um especialista em ganhar dinheiro público de forma muito fácil. Entre abril de 2007 e maio de 2011, ele foi contemplado com R$ 72 mil do Ministério do Esporte, além do salário. O dinheiro saía como “ajuda de custo”. Morando em Juiz de Fora, Wadson era contratado e depois demitido do Ministério do Esporte. Em cada mudança saía a tal “ajuda”…
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