Show da Copa: bolinhas e bilhões
José Cruz
O sorteio das chaves dos Jogos da Copa do Mundo, hoje, é mais uma etapa desse show que o futebol é capaz de promover e parar o Brasil, em particular. E a Fifa, dona da bola e do jogo, sabe explorar isso como espetáculo para aumentar o seu lucro. Por exemplo, agora é o show das “bolinhas”.
Do lado de cá, o torcedor se emociona com o espetáculo que aquece o ambiente antes da chegada dos craques e esquece que a maior parte da conta já é paga pelo cofre do governo federal.
Lucro
Os números não são oficiais, até porque não interessa à Fifa tornar público quanto está faturando. Porém, estudos de especialistas estimam que o lucro na Copa 2014 será perto de R$ 10 bilhões, isto é, 110% a mais do que a Fifa ganhou na Copa da Alemanha.
A renda vem da venda de imagens para a TV, de valiosas marcas (Coca Cola, Adidas, Hyundai, Visa etc) que patrocinam a Copa, da venda de ingressos, do marketing de produtos. E, claro, da generosidade do governo brasileiro.
É bom lembrar que, em lei específica, está proibido cobrar qualquer imposto da Fifa e seus órgãos afins. Com isso, deixaremos de arrecadar em torno de R$ 1 bilhão. Cerca de 900 contratos comerciais não recolherão qualquer tipo de imposto.
Como exemplo, nenhum funcionário que for contratado pelo Comitê Organizador Local recolherá imposto de renda ou INSS. Nem impostos estaduais ou municipais podem ser cobrados.
Mais
Recentemente, o companheiro Aiuri Rebello, do UOL Esporte, publicou que o governo federal pagou R$ 31,6 milhões “para ajudar a Fifa e suas emissoras de TV parceiras nas transmissões das partidas da Copa das Confederações. Aí estão incluídos os ''links'' de satélite, todos os equipamentos de rede etc. O governo assumiu o custo de montar a estrutura de telecomunicações e pagar a conta de sua operação em 2007, quando se comprometeu com a Fifa a arcar com a infraestrutura necessária para o Mundial de 2014”.
Resumidamente, esta é a economia esquecida da Copa que gira o fabuloso negócio do futebol, enquanto as bolinhas são apresentadas ao emocionado e respeitável público.