Blog do José Cruz

Maluf faz escola na gestão esportiva

José Cruz

Condenado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo por superfaturamento em obras públicas, o deputado Paulo Maluf tem algo em comum com a gestão do esporte: a corrupção institucionalizada.

As denúncias de corrupção com verbas públicas em projetos esportivos tornaram-se frequentes, apesar de o burocrata do Ministério do Esporte de todos os tempos, de todos os governos, tentar esconder a realidade dos desmandos. Se divulgasse, mostraria eficiência na fiscalização e, quem sabe, inibiria os fraudadores.

Em São Paulo, está em sigilo de justiça um volumoso processo contra a Confederação de Tênis. Em outro processo, o presidente Jorge Rosa já havia aplicado o golpe da nota fiscal fria, numa prestação de contas da Lei de Incentivo ao Esporte. Devolveu a grana. Mas responde a outros processo do gênero.

E assim é outras  modalidades, muitas reprovadas na prestação de contas junto ao Ministério. E este é o segundo fato comum entre Maluf, que foi prefeito de São Paulo há 20 anos,  e os gestores esportivos: ficam impunes, ninguém perde o privilégio de bons cargos. Reconheço que há instituição esportiva rigorosa e que age corretamente. Mas o número de processos na CGU e TCU comprovando a fraude é de assustar.

Enfim…

De onde sai o dinheiro que é devolvido ao cofre público? Do bolso de quem fraudou, de quem recebeu pelo superfaturamento, do bolso do gestor irresponsável?

Na ESPN, o companheiro Marcelo Gomes aprofunda reportagem sobre a Confederação de Taekwondo, e só depende das manifestações do Ministério do Esporte e Comitê Olímpico para apresentar novo documentário da série.

Está claro que Maluf, os políticos e o gestor esportivo em geral se beneficiam principalmente da legislação, que acaba incentivando as falcatruas. A pena judicial existe, mas as investigações, a burocracia e os graus de recursos são tantos que demoram até duas décadas para encerrar um processo.

Ao contrário, se um larápio rouba uma loja e  é pego pela polícia, os bens são devolvidos e gatuno é preso. Na política em geral e no esporte não.  A fraude está se tornando frequente e gestores continuam em seus cargos. Como Maluf, sempre sorrindo, insinuando que o deboche também está institucionalizado.