Copa 2014: suspeitas de falcatruas ficam escondidas
José Cruz
Reportagem publicada hoje no UOL Esporte começa assim:
“Cinco executivos encarregados de coordenar a organização da Copa do Mundo em estados e municípios já enfrentaram processos judiciais em suas carreiras. Antes de serem chefes da Copa, eles responderam a acusações de financiamento irregular de campanha, desvio de selos do poder público, contratação irregular de empresas e falso testemunho.”
Assinada pelos repórteres Aiuri Rebello e Tiago Dantas, a reportagem é mais um capítulo de como o esporte, em geral, e o futebol, em particular, são instituições que escondem falcatruas que, depois, são legalizadas por ações de governo.
O chefe da Copa em Brasília, Cláudio Monteiro, já disse que nada foi provado contra ele, principalmente na investigação da CPI do Cachoeira.
Mas quem confia nos resultados dessa CPI, cujo relatório foi reprovado numa estratégia de plenário?
Porque uma CPI de altíssima gravidade foi encerrada em tempo recorde?
Que recado teria enviado o poderoso Carlinhos Cachoeira, para que as excelências acabassem logo com as investigações e silenciassem de vez sobre as falcatruas encontradas?
É nesse panorama que os gastos com a Copa, em Brasília, particularmente, continuam obscuras. Não há transparência no pagamento das contas do governo para que melhor se entenda o gasto de R$ 1,7 bilhão na construção do estádio Mané Garrincha.
Pior:
O Ministério Público do Distrito Federal e o Tribunal de Contas do DF não estão nem aí para descobrir a realidade dessa obra altamente suspeita de corrupção. Nem falo da Câmara Legislativa, que nada fez para evitar os desmandos públicos, porque aquele ambiente é quintal do governador Agnelo Queiroz.