Blog do José Cruz

Vespeiro olímpico

José Cruz

A três anos e meio da realização dos Jogos Rio 2016 a organização do evento em nível de governo começa  a tomar rumo, tardiamente, mas vai. Não pelo comando de um tradicional cartola ou político carreirista, mas de um general, Fernando Azevedo e Silva, que teve formação de atleta por longo tempo e gestor que esteve na linha de frente dos Jogos Mundiais Militares. Com 21 votos favoráveis e um contra, ele passou na sabatina do Senado para assumir o consorcio da APO (Autoridade Publica Olímpica).

Faz sentido a opção da presidente Dilma Rousseff em indicar um general com perfil de comando firme. Afinal, além de tentar recuperar o tempo perdido na preparação dos Jogos, ele ainda enfrentará um ''vespeiro político'', no dizer do senador tucano de SP, Aloysio Nunes.

O tal ''vespeiro'' envolve o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, o governador Sergio  Cabral e, inclusive, setores do próprio  Ministério do Esporte. A falta de integração e apoio dessas entidades foram, segundo fontes políticas, principais responsáveis pelo pedido de demissão do ex-presidente da APO, Márcio Fortes.

O  ''vespeiro político'' é , de fato,  o maior desafio do agora general presidente. O presidente da Comissão  de Assuntos Econômicos, o senador petista Lindbergh Farias, apoiou a indicação do Palácio do Planalto, mas antecipou que Fernando Azevedo e Silva entrara numa ''batalha perdida''.

Opositor do atual governador do Rio de Janeiro, Sergio  Cabal, e potencial candidato na próxima  eleição, Lindbergh aproveitou para criticar veementemente as obras publicas para os Jogos 2016 e que são anunciadas como ''legados olímpicos'' . Com essa manifestação, ficou evidente que Lindbergh e um dos integrantes do ''vespeiro político'' que espera pelo novo presidente da APO.

Para enfrentar esse quadro,o general-presidente resumiu: ''Espero contar com o apoio e compreensão dos entes'' —  prefeito e governador do Rio de Janeiro.

No discurso, buscando a paz política institucional, ficou muito bem, mas há outro setor a enfrentar que, se não chega a ser um vespeiro é uma colmeia de vaidade, o Comitê Olímpico Brasileiro.

CORREÇÃO

No último parágrafo, onde se lê ''Comitê Olímpico Brasileiro'' leia-se'' Comitê Organizador Jogos Rio 2016″