Rio 2016: o que espera pelo general
José Cruz
Quando assumir a presidência do consórcio da Autoridade Pública Olímpica (APO), em 16 de outubro, o general Fernando Azevedo e Silva, terá apenas duas semanas para encaminhar ao Tribunal de Contas da União (TCU) a matriz responsabilidade, onde estarão os compromissos das três esferas de governo – federal, estadual e municipal – na organização dos Jogos Olímpicos Rio 2016.
Na sessão desta terça-feira, a Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Federal confirmou que sabatinará na próxima semana – 15 de outubro – Fernando Azevedo Silva, indicado pelo Palácio do Planalto.
Recado
O general chegará à sede da APO, no Rio, com a orientação de Dilma Rousseff para evitar contratações políticas. A prioridade é ter na equipe profissionais com perfis técnicos, como na gestão do ex-presidente Márcio Fortes, que se demitiu do cargo há dois meses.
Na prática, o general não partirá da estaca zero em sua jornada de quatro anos. O presidente interino da APO, Elcione Diniz Macedo, manteve o trabalho da equipe, apesar das omissões impostas principalmente pelos governos do Rio – estado e município.
Ex-técnico da Secretaria Executiva do Conselho das Cidades, Elcione já acompanhou projetos das áreas de mobilidade, sustentabilidade e infraestrutura, justamente os setores que o TCU mais tem criticado, pela falta de definições dos projetos.
Esvaziamento
Na prática, a APO passou por processo de “esvaziamento no seu papel de coordenação”, como revelou o TCU. Recentemente, o governador do Rio, Sérgio Cabral, e o prefeito Eduardo Paes afirmaram que era desnecessária a atuação da Autoridade Pública Olímpica. A proposta é um risco para o desperdício do dinheiro público e incentivo à corrupção na execução das centenas de projetos para os Jogos.
Esses desencontros políticos-institucionais explicam a baixa execução orçamentária para os Jogos: apenas 5% do orçamento foi aplicado em três anos, entre 2010 e 2013.
E agora, com ordem unida, vai?