Presidente da APO não assumiu, mas disputa interna é grande
José Cruz
Não serão apenas os temas “olímpicos” que ocuparão a agenda do general Fernando de Azevedo e Silva, novo presidente do consórcio da Autoridade Pública Olímpica (APO), no Rio de Janeiro. A posse do general deverá ocorrer na próxima semana, assim que a presidente Dilma assinar o ato de nomeação.
Além da falta de orçamento, da matriz de responsabilidade – cobradas insistentemente pelo TCU (Tribunal de Contas da União) – e atraso em algumas das principais instalações, como o prédio do laboratório de combate ao doping (Ladetec), o general-presidente enfrentará problemas internos, próprios das autarquias que devem ter estrutura técnica mas sofrem influências políticas, como da ministra do Planejamento, Mirian Belchior.
Quando saiu da sabatina no Senado Federal, o general disse que só se manifestaria sobre detalhes da APO depois da posse. Faz sentido. Mas, enquanto isso, a disputa é grande, porque envolve salários valiosos e prestigiados cargos.
Até agora, o general está em silêncio e não anunciou, oficialmente, um só nome de diretores sua equipe.
Mas uma das diretorias que desperta muito interesse interno é a de “Operações e Serviços”, atualmente chefiada por Rejane Penna, pois é ali que se concentram as decisões sobre grande parte das viagens internacionais.
Enquanto isso…
O Exército criou uma estrutura especial, a AJO, (Assessoria Especial para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio-2016).
A iniciativa foi do Alto Comando da força militar, chefiado pelo general Enzo Peri. A AJO prevê a atuação de 15 militares, sendo um general de divisão, três generais de brigada, nove coronéis e dois majores.
Nos últimos quatro meses, a AJO se integrou aos demais organizadores do Rio-2016 e passou a canalizar todos os assuntos referentes ao exército. Durante os Jogos, a área militar na região de Deodoro será um dos principais palcos, por receber diversas disputas.
Experiente em estratégias militares, o general-presidente da APO,Fernando Azevedo e Silva, enfrentará no novo cargo uma “guerra pacífica” política-administrativa, mas em campo minado por cargos e de evidente “disputa bélica” …