Blog do José Cruz

Fora de finais no Mundial, ginástica feminina retrocede 16 anos

José Cruz

O título de Arthur Zanetti no Mundial da Antuérpia revela que o ouro olímpico não foi por acaso nem resultado isolado na histórica carreira que constroi.

Zanetti repete na ginástica “fenômenos” do atletismo, como os distantes títulos de Adhemar Ferreira da Silva ou o de Joaquim Cruz;  o tenista Gustavo Kuerten; Yane Marques, do pentatlo, ou o nadador Cesar Cielo, e alguns outros, todos vitoriosos e sem contar com verbas públicas.

Esses resultados que orgulharam o esporte nacional não foram aproveitados para estruturar as modalidades, capaz de inspirar o surgimento de novos nomes. Houve massificação em algum deles?

Exemplo

No Mundial de Ginástica da Antuérpia, encerrado no domingo, pela primeira vez em 16 anos nossa delegação feminina ficou fora de uma final, apesar dos recursos recebidos pela Confederação Brasileira de Ginástica: R$ 11 milhões, só do Ministério do Esporte, entre 2011 e 2013. E ainda há os recursos da Lei Piva e da patrocinadora oficial, Caixa Econômica. Não há previsão para investimentos nas categorias de base?

Essa ausência de mulheres em provas finais fez a modalidade retroceder 16 anos  – ou quatro ciclos olímpicos. Em 1997 foi a última vez que elas ficaram fora de finais individual geral ou por aparelho, em Mundiais.

Em recente reportagem na Folha de S.Paulo, o supervisor de seleções da Confederação de Ginástica, Klayler Mourthé, disse que falta verba para atender as categorias de base.

“Entendemos que essas categorias são importantes, mas temos que priorizar, já que não temos orçamento suficiente para atender a todos”, disse Klayler ao repórter Paulo Roberto Conde.

Está explicado o fracasso feminino.

Para saber mais:

http://www1.folha.uol.com.br/esporte/2013/09/1344615-confederacao-de-ginastica-diz-nao-ter-verba-para-pagar-despesas-de-viagem.shtml

http://albertomurray.wordpress.com/2013/09/21/confederacao-brasileira-de-ginastica-nao-apoia-categorias-de-base/