Blog do José Cruz

Esporte, política e rezas públicas

José Cruz

Atleta que deixou saudades, tanto pelos resultados quanto pela carreira limpa que construiu, Carmem de Oliveira trabalha hoje na Secretaria de Esportes do Distrito Federal.

Formada em pedagogia, Carmem defende o esporte como apoio à formação integral dos jovens.

Maratonista que ainda detém o recorde sul-americano feminino (2h27min), Boston, 1994, Carmem pode se orgulhar de seu quadro de troféus.

Provocação

Hoje, em mensagem na rede, Carmem pergunta: “Quem quer dinheiro”?

A provocação alerta para o cadastramento das instituições  que vão pedir recursos financeiros ao Fundo de Apoio ao Esporte.

O secretário de Esporte do DF, Júlio Ribeiro, do PRB, ligado à Igreja Universal, diz que está fazendo “política pública de esporte”. Não é. É  política partidária, de olho na campanha eleitoral de 2014, na qual ele deverá sair candidato a deputado distrital.

Política pública é projeto de longo prazo e se faz envolvendo a educação e a saúde, principalmente.

Em Brasília, o secretário Júlio Ribeiro, mistura o cargo público – e as verbas, por extensão.  Faz poses concentradas ao lado de fieis e distribui passagens e sorrisos para atletas, exaltando a tal “política pública” do esporte.

Essa mistura de política e igrejas, em geral, é própria da nossa política. São os cargos públicos – e verbas, claro –  abrindo espaços aos candidatos. Isso é comum, Brasil afora, sabemos muito bem. Mas mostra como o assunto ''esporte'' ainda é tratado de forma tão assistencialista e, por isso, atrasada.

                                           Julio Ribeiro (à direita), em momento de oração