Dilma coloca Aldo Rebelo no sacrifício
José Cruz
A notícia do UOL Esporte de que o ministro Aldo Rebelo não disputará cargo eletivo em 2014, a pedido da presidente Dilma, repete o roteiro do então presidente Lula, que impediu que seu ministro do Esporte, Orlando Silva, também disputasse vaga à Câmara dos Deputados, em 2010.
Orlando fracassou como gestor do Pan 2007 e se perdeu no controle das contas públicas. Dançou, foi demitido. Aldo Rebelo chegou para colocar ordem no Ministério, ganhou confiança da presidente e, por isso, o prêmio é o “sacrifício” de ficar fora da eleição no próximo ano.
Nesta reta final, será um mandato de aposta: se Dilma não for reeleita em 2014, Aldo poderá perder a pasta, dependendo de quem vier a ocupar o Palácio do Planalto.
Porém, disputar o governo do estado de São Paulo, como o próprio Aldo Rebelo pretendia, seria um sacrifício maior, imposto por seu partido, o PCdoB. Lá, a vitória diante da máquina dos adversários era praticamente impossível.
No Executivo, Aldo viu no esporte de alto rendimento a força poderosa do capital e, mesmo comunista, absorveu a teoria do jogo que exige gasto excessivo, em prejuízo de projetos sociais-esportivos e de alcance comunitário, como defendia em outros tempos.
Apesar disso, seu discurso na defesa da dispendiosa Copa, mesmo diante de absurdos evidentes, tranquiliza a presidente Dilma, que é inexperiente em questões da economia do esporte.
Calmo na fala, mesmo nos diálogos difíceis com adversários suspeitos, Aldo Rebelo oferece tranquilidade ao Palácio do Planalto nesta reta final de preparação do evento.
A oito meses da Copa do Mundo, trocar o comandante seria um desastre. Agora é continuar o trabalho e, depois, torcer para que Felipão conquiste a taça, que terá valor expressivo na campanha política, logo após o jogo decisivo.