Diego Costa: pátria & negócio$
José Cruz
A globalização do esporte abriu fronteiras e há bom tempo determina as opções “patrióticas” de atletas e técnicos, inclusive. Como a de Diego Costa, que decidiu disputar a Copa 2014 pela Espanha.
Na Olimpíada de Pequim, 2008, duas duplas brasileiras do vôlei de praia defenderam a Georgia: Jorge Terceiro e Renato Gomes; e Cristine Santanna e Andrezza Chagas. E ninguém chiou!
Na Olimpíada de Inverno 2014, na Rússia, a patinadora Isadora Williams, que nasceu em Atlanta, EUA, filha de mãe brasileira, defenderá o Brasil na modalidade patinação artística no gelo.
Colunista da Folha de S.Paulo, Edgar Alves lembrou que a primeira medalha olímpica do judô brasileiro foi conquista de um japonês naturalizado, Chiaki Ishii, bronze nos Jogos de Munique, 1972. E nos recentes Jogos de Londres, a chinesa Gui Lin defendeu o Brasil no tênis de mesa. E ninguém chiou!
Para os Jogos Rio 2016, a Confederação de Desportos Aquáticos investirá bom dinheiro na contratação de jogadores estrangeiros para a seleção de polo aquático, assim como de técnicos, também para a equipe de nado sincronizado. Quem informa sobre isso é o brasileiro Alex Pussieldi, que tem uma academia nos Estados Unidos.
Ouro nos Jogos de Londres, o ginasta Arthur Zanetti ameaçou trocar de país, diante da falta de estrutura no Brasil. A correria foi grande e em seguida ele mudou de ideia. Mas estava disposto à mesma atitude de Diego Costa, optar por outra bandeira. Que tal?
É a nova realidade do esporte de altíssima competição em que os pódios são valorizados pelas marcas dos investidores.
Claro que os resultados favoráveis de estrangeiros mascaram a realidade do esporte no país. São resultados ilusórios. E daí? A Olimpíada como a Copa do Mundo se tornaram “negócio$” valiosos e são esses que determinam as opções de “patriotismo” dos atletas.
Então…
Uma coisa é Diego Costa ser campeão do mundo pelo Brasil, patriotismo explícito. Outra é ser bicampeão com a Espanha, negócio$ valorizado$…