Blog do José Cruz

Alto rendimento: “apoio e reconhecimento”

José Cruz

Com licença, Erich Beting, repercutir teu blog e opinar sobre o assunto que abordas, pra lá de oportuno e que precisa estar na pauta de debates dos atlets, técnicos, dirigentes etc.

Não há dúvidas que o campeoníssimo Arthur Zanetti está com sua carreira profissional bem encaminhada.

Por isso, quando ele fala em “mais apoio” ou “mais reconhecimento”  deve estar se referindo aos que vêm atrás, aos que ainda não têm a estrutura que ele alcançou, com muito custo. Isso é real na maioria das modalidades, olímpicas ou não. Quando ele retornou dos Jogos Olímpicos lamentou que um medalhista de ouro tivesse colegas treinando em condições precárias.

Há algum tempo defendo que o esporte de alto rendimento não precisa de  “apoio”. Isso é passado. Precisamos de investimentos sólidos, de longo prazo, com planejamento eficiente e avaliações periódicas para atrair mais parceiros. O vôlei faz isso. E o judô, mais recentemente, entrou nessa escola.

No geral, as estatais que investem no marketing esportivo não são exigentes quanto aos investimentos na base, como Zanetti já reclamou. Representantes de algumas dessas empresas me garantiram que os contratos de parcerias com as confederações não fixam percentuais para a destinação de recursos à iniciação, à formação de novos talentos. Isso ocorre também com boa parte da verba da Lei Piva, que surgiu em 2001.  

Desde então, e principalmente a partir de 2003, com a criação do Ministério do Esporte, os clubes formadores têm acesso a milionários recursos da Lei de Incentivo. O COB e as confederações recebem “doações” de variadas fontes. Os atletas de destaque internacional têm valorizados patrocínios e  Bolsa Atleta de valor expressivo.

Assim, Erich Beting toca num assunto que não estamos acostumados discutir. Dirigentes, técnicos e atletas em geral falam em “apoio”. Mas enquanto o esporte de alto rendimento passou a contar com mais e mais verbas, a gestão do esporte patinou. Intencionalmente? É outro debate.