O desmanche olímpico e o silêncio do governo
José Cruz
Para “colaborar” com a preparação da equipe aos Jogos Rio 2016 o Flamengo acaba, aos poucos, com seus departamentos olímpicos.
Primeiro a natação. Ontem, foi a vez da ginástica. A fila anda rápida e atletas de expressão ficam pela estrada.
Quem será o próximo? remo? basquete?
Sem dinheiro e devedor ao fisco, o Flamengo – como tantos outros times de fuebol – não pode receber verba pública. O desmanche é inevitável.
Enquanto isso…
R$ 70 milhões estão parados no cofre da Confederação Brasileira de Clubes por falta de regras oficiais do governo
Demolição do velódromo do Rio, inaugurado há seis anos. Prejuizo de R$ 158 milhões….
Destruição da pista de atletismo do Célio de Barros para servir de canteiro de obras do Maracanã e depois virar estacionamento;
Maria Lenk entrará em reforma e o Júlio De Lamare está ameaçado de demolição.
A diretoria do Fluminense reclama que nunca viu a cor do dinheiro da Lei Piva.
Coaracy Nunes, da CBDA, diz que clubes não é assunto para ele se preocupar…
E daí?
Que explicações o secretário de Esporte, Ricardo Leyser, dará aos atletas sem clubes e espaços para treinarem, em ano de campeonatos mundiais?
E o que dizer sobre a omissão do Conselho Nacional do Esporte diante desse desmanche olímpico no mais tradicional clube brasileiro?
E como reage o Comitê Olímpico, que promete colocar o Brasil no top 10 do quadro de medalhas?
O Palácio do Planalto, que em 2012 anunciou investimentos de R$ 2 bilhões no esporte, sabe que estamos no meio de uma crise esportiva, a três anos dos Jogos Rio 2016?