Blog do José Cruz

Arquivo : fevereiro 2013

Confederação de Tênis: caso de polícia?
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José Cruz

A reportagem que o UOL Esporte publica, sobre a reprovação de prestação de contas da Confederação Brasileira de Tênis (CBT) sugere investigação mais ampla e  rigorosa dos órgãos de fiscalização, nessa e em outras entidades do gênero.

Ao ter a prestação de contas de R$ 600 mil reprovadas pelo Ministério do Esporte, o presidente da CBT escancarou a fraude. Usou notas fiscais que não correspondem à realidade do gasto. E, sem sabermos qual foi o destino do dinheiro oficial, a falcatrua tornou-se explícita. Caso de polícia?

Jorge Rosa chegou à presidência da CBT prometendo “moralizar” a gestão do tênis e ser exemplo para o esporte. Com discurso de “transparência” ganhou apoios valiosos. Atletas, entre eles Gustavo Kuerten, e técnicos, como Larry Passos, alinharam-se à proposta de “novos tempos” para tênis nacional.

Mas, logo no início, o cartola usou seis contas laranjas do Instituto Tênis para movimentar recursos da Confederação. A operação tornou-se suspeita pelo “topspin” – jogada de efeito, no tênis –  que Jorge aplicou na legislação financeira. Quem fiscalizou essas operações? TCU? CGU, Ministério Público ou o Ministério do Esporte? Ninguém.

Nos primeiros meses, Jorge Rosa atualizou a norma de reeleição, limitando o prazo da diretoria a dois mandatos. Mas, ao encerrar oito anos de gestão, o dirigente rasgou a decisão e voltou ao sistema antigo. Incorporou-se à perpetuação da cartolagem, caiu no lugar comum, desmoralizou seu próprio discurso e perdeu credibilidade de muitos.

Ainda carece de explicações públicas o lançamento de “títulos de capitalização”, cuja arrecadação é dirigida à Confederação de Tênis. Além de iludir o comprador-apostador, que não capitaliza coisa alguma, tal recurso de aposta é ilegal perante a legislação brasileira.

Há 13 anos o governo proibiu a atividade de bingos permanente, eventual ou qualquer outra modalidade de exploração de jogos de azar por entidades esportiva ou particular. Apenas a Caixa Econômica tem autoridade para realizar tais sorteios

Sobre os recursos da Lei de Incentivo à Confederação de Tênis, é preciso reconhecer que o Ministério do Esporte agiu rápido ao receber a denúncia.

Mas, o que ocorrerá agora? O Ministério determinará a devolução do dinheiro que Jorge Rosa usou de forma contrária à proposta? E o gestor se tornará apto ao recebimento de novos recursos públicos?

Para os auditores do Ministério do Esporte, Jorge Rosa “geriu de forma temerária os recursos do projeto, comprometendo a probidade de seus atos, sendo digna de apuração por parte dos órgãos competentes quanto ás infrações às legislações no âmbito civil e criminal”.

Teremos esse desdobramento?

 


Governo federal reformulará três estádios em Brasília
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José Cruz

O Ministério do Esporte investirá R$ 5 milhões em pequenas reformas de três estádios de Brasília, que receberão seleções na Copa 2014, para treinos.  Verba insignificante, diante do R$ 1,2 bilhão que o GDF gasta na construção do novo Mané Garrincha.

O convênio foi assinado no final do ano passado, mas a grana ainda não foi repassada à Secretaria de Esporte do DF, que gerenciará as obras.

             CONTEMPLADOS

ESTÁDIO/cidade

R$

Bezerrão/Gama

800.000,00

Serejão/Taguatinga

2.159.907,16

CAVE / Guará

2.159.907,16

T O T A L

5.119.814,32

 

Os estádios pertencem ao Governo local, mas estão cedidos a clubes de futebol que disputam o Campeonato Candango, como o Brasiliense, do ex-senador cassado Luiz Estevão, que arrendou o Serejão.

Enquanto isso…

Na mesma cidade, o curso de Educação Física da Universidade de Brasília, com 1.500 alunos, está há sete anos com as piscinas interditadas para reforma. Desde… 2006!

Motivo: falta R$ 1,5 milhão acabar as obras, entre elas a piscina de saltos, abaixo…

 


Com licença
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José Cruz

Rubens Paiva

fevereiro 4, 2013

Por Alberto Murray Neto

Talvez as gerações mais novas não tenham noção exata da importância histórica da matéria de capa que o jornal Folha de São Paulo traz hoje.

Durante vinte anos o Brasil, aos trancos e barrancos, sobreviveu a um período de terror absoluto em que opinar contra o regime sujeitava o cidadão à prisão, tortura e morte.

Gente sumia para nunca mais aparecer e as vozes oficiais sustentavam o embuste de que “tinham fugido”. Evidentemente que eram vítimas da ditadura. Todos sabiam. Mas ninguém tinha sequer chance de questionar.

A ditadura que se instalou 1.964 jogou o Brasil em um dos piores momentos de sua história, matou gente, mutilou famílias, destruiu sonhos e impôs ao país um gigantesco atraso social, do qual até hoje sentimos seus reflexos negativos. Para curar vinte anos de ditadura são necessários, pelo menos, quarenta de democracia.

A reportagem da jornalista Patrícia Britto, na Folha de São Paulo de hoje, que comprova detalhes da prisão do Deputado Rubens Paiva, que culminou com seu assassinato nos porões do DOI CODI, é uma homenagem a todos aqueles que morreram, ou foram torturados pelas mãos insanas de gente sem escrúpulo. Não existe agressão maior de um ser humano a outro, do que a tortura e o assassinato. E no Brasil de 64, isso era coisa fácil de fazer.

A história é triste e trágica. Mas deve ser sempre lembrada, de forma que as gerações futuras não permitam, nunca mais, que ditaduras tomem conta do Brasil.

http://albertomurray.wordpress.com/2013/02/04/rubens-paiva/

 

 


Corinthians terá R$ 28,9 milhões da Lei de Incentivo ao Esporte
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José Cruz

A exemplo do São Paulo F.C, Cruzeiro e outros clubes de futebol, a diretoria do Corinthians buscará dinheiro no mercado pela Lei de Incentivo ao Esporte.

O Ministério do Esporte aprovou R$ 28,9 milhões para o Centro de Excelência e Treinamento de Futebol, dividido em dois projetos.

Com a força da marca “Corinthians”, não será difícil levantar a grana, que será usada nas categorias de base.

Na prática, os clubes que usam esse dinheiro formam jogadores de alto rendimento, que mais tarde são vendidos, inclusive para o exterior

A renda desse comércio é dividida entre o cofre do clube e o bolso dos empresários. E se caracteriza o Estado financiador de atividade privada em detrimento de projetos esportivos na escola, prioritariamente.

Legal, mas…

O projeto do Corinthians é legal, a lei permite o acesso aos recursos da Lei de Incentivo ao Esporte.

O que tenho combatido é o relaxamento do Ministério do Esporte, que não avalia o atual sistema de incentivo, diante das graves carências que temos na iniciação em todas as modalidades. A inversão dos objetivos da lei é evidente e prejudicial ao desenvolvimento do esporte de forma equilibrada. 


A melancolia da arquibancada vazia
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José Cruz

 

Por Bernardo Scartezini

No Correio Braziliense – sábado, 2/2/2013

 

Clarence Seedorf joga o fino da bola e me parece ser um cara bacana. Mas ele chegou ao Rio não faz muito e cometeu uma gafe danada. Dia desses, num tom desapontado, comentou sobre as arquibancadas de cimento para as quais tem se apresentado…

Algo me surpreendeu no Brasil: o fato de poucas pessoas irem aos estádios. Há pouco público. Não faz parte da cultura. Gostaria de ter mais gente nos estádios”.

Alguém, por favor, explique para Seedorf que essa não é uma questão cultural, não. Alguém, por favor, mostre ao amigo holandês as fotos de estádios abarrotados nos anos 1990, 1980, 1970…

Sou jovenzito, mas cheguei a ver tal cousa. Se os estádios, numa cidade como o Rio, não estão cheios para toda e qualquer rodada é por incompetência dos dirigentes. Que marcam Flamengo x Vasco, quarta rodada da Guanabara-2013, para 19h30 de quinta-feira no Engenhão. Apenas 12.423 no “clássico das multidões”. E foi um jogão…

O ingresso para um clássico carioca bate em R$ 60 para os otários que não têm carteirinha (eu). E o Fluminense nem sequer tem jogado com o time completo, sabe?

Estádios vazios podem ser entendidos como “questão cultural” em regiões sem clubes de tradição. Seedorf há de convir que não é o caso do Rio. Seria o caso, por exemplo, de Brasília. Me alivia saber que logo teremos um baita estádio para mudar definitivamente essa cultura. Opa.

Mas Seedorf fez valer os cobres de quem saiu de casa no domingo (7.367 pagantes) para ir ao Engenhão. O camarada se levantou do banco bem em tempo de empatar a parada contra o Flu, ao meter uma bola absurda para Bolívar.

Está claro desde o Brasileiro-2012.De lá para cá, a diretoria alvinegra fez um troço admirável: manteve a base do time. Segurou os jovens valores. Gente como o beque Dória, que foi cortejado pela Juventus de Turim, e o atacante  Bruno Mendes, que se viu metido num rolo com o Guarani de Campinas.

Esses guris podem compor, ao lado de veteranos como Seedorf e Bolívar, Renato e Marcelo Mattos, um time técnico e versátil.

Mas a torcida abre o ano em pé de guerra com Oswaldo de Oliveira. O clima ficou pesado após o bate-boca público entre o treinador e seu desafeto Loco Abreu.

Entendo o trauma de qualquer torcedor que tenha sido exposto a Geninho e Ney Franco e Estevam Soares e Caio Júnior e Joel Santana, numa sequência assustadora. Mas vamos olhar ao redor, entre os tais professores, tem alguém muito melhor que Oswaldo?

Cuca vai bem no Atlético-MG. Então…

O campeonato estadual é o momento de engrenar o time. Não de acirrar os ânimos. Os cartolas do Botafogo – e dos demais clubes – poderiam ensaiar um gesto cordial: baixar o preço dos ingressos.

Seu estádio ficaria mais cheio. Sua torcida, mais serena. Talvez Oswaldo até ganhasse um crédito. E Seedorf poderia começar a nos conhecer melhor.


Agnelo tira dinheiro da saúde para aplicar no Estádio da Copa
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José Cruz

O governador Agnelo Queiroz abriu crédito suplementar de R$ 100  milhões para injetar nas obras do estádio Mané Garrincha. O dinheiro foi destinado à Novacap, empresa do Distrito Federal responsável pela construção.

A medida está no decreto 34.132/2013, publicado na edição de quinta-feira do Diário Oficial do Distrito Federal.

Transferência

Ao abrir crédito, o governador precisou tirar dinheiro de outros investimentos públicos, como R$ 258 mil para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), R$ 11 milhões para obras do Veículo Leve sobre Pneus, R$ 4,1 milhões de terminais rodoviários e R$ 5,2 milhões do Pró-Moradia, além de outros programas prejudicados.

E não só a saúde está sendo prejudicada com esta medida. As vias do DF estão cheias de buracos e agora com menos recursos. Até dinheiro de creche foi encaminhado para a construção do estádio”, criticou a deputada distrital Eliana Pedrosa, PSB, em sua página na internet.

Transparência

A falta de transparência nas despesas com a obra do Estádio de Brasília impede saber os motivos da abertura desse crédito, pois a informação oficial é de que não seria usado o orçamento do DF para o estádio.

Conforme discurso do próprio governador Agnelo, o GDF venderia terras públicas no Distrito Federal para cobrir os gastos do novo espaço esportivo, que terá capacidade para 71 mil pessoas.

O orçamento inicial do Mané Garrincha foi de R$ 688 milhões. Mas. segundo o Tribunal de Contas do Distrito Federal o monumento chegará a R$ 1,2 bilhão.

O Governo do Distrito Federal até hoje não divulgou quais terrenos já foram vendidos, quanto essas operações renderam e qual o valor já transferido para às obras do estádio.


Carlos Nunes instala censura nas contas do basquete
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José Cruz

No próximo dia 7 será realizada eleição na Confederação Brasileira de Basquete.

Carlos Nunes é candidato ao continuísmo. Mas o retrocesso na sua administração assusta.

Ao limitar a entrada de repórteres na assembleia ele aplica um  ameaçador instrumento contra a transparência das contas púbicas: a censura olímpica. Nuzman faz escola.

Está no item 5 da convocação assinada por Carlos Nunes, o censor:

Os profissionais credenciados da imprensa, do rádio e da televisão, somente terão acesso ao recinto da Assembleia para o momento de apuração de votos no processo eletivo.

Discurso e realidade

No discurso, o ministro Aldo Rebelo e o secretário de Alto Rendimento, Ricardo Leyser, prometem jogar duro com as entidades que não modernizarem suas gestões…

Mas, mesmo atropelando a transparência das contas públicas, a CBB é recompensada com R$ 14 milhões do Ministério do Esporte.

Influência

A grana, anunciada esta semana, véspera da eleição, é uma espécie de reforço para turbinar o “prestígio” e, claro, a campanha do candidato continuista.

E Hortência, da diretoria do candidato, usou sua influência de membro do Conselho Nacional de Esporte para a liberação do dinheiro? Estranha coincidência.

Fiscalização capenga

Diz mais a convocação de “Carlinhos”, como ele é chamado pelos amigos:

“A movimentação econômica, financeira, administrativa e orçamentária constante da documentação fiscal e contábil estará à disposição dos integrantes da Assembleia no período da manhã da data da AGO, mediante prévio agendamento.”

Ou seja, aquilo que é direito histórico em qualquer assembleia,  analisar as contas, na Confederação do Carlinhos só poderá ser feito pelo cartola que agendar.

Com esta estratégia, Carlinhos saberá quem é o “curioso” que quer meter o nariz na gestão do dinheiro público que lhe é confiado.

E o cartola  dará tratamento diferenciado nas relações da CBB com a federação do tal “curioso”. Isso é praxe no nosso esporte.

A gestão opaca da cartolagem se aperfeiçoa cada vez mais. Para o mal.

A vergonhosa convocação está aqui

Para saber mais:

http://balanacesta.blogosfera.uol.com.br/2013/02/01/sobre-verbas-para-a-confederacao-brasileira-ministerio-explica-usamos-criterios-tecnicos/