COB volta ao noticiário negativo
José Cruz
Mais uma vez o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) volta ao noticiário internacional. Não por suas ações preparatória aos Jogos Rio 2016, mas por denúncia inédita de desportistas que ousaram fazer oposição ao presidente Carlos Arthur Nuzman.
Eric Maleson, ex-presidente da Confederação de Desporto no Gelo, e Celso Wolf , do Badminton, denunciaram Nuzman ao Comitê Olímpico Internacional, alegando “violação da Carta Olímpica”.
No ano passado, o COB foi manchete, mundo afora, no episódio do roubo de informações secreta dos arquivos olímpicos nos Jogos de Londres.
Este ano, um especialista em marketing olímpico, que presta serviços ao Comitê Organizador Rio 2016, denunciou que o presidente Carlos Nuzman não havia cumprido o contrato financeiro. Mais repercussões negativas.
Agora, Maleson e Wolf colocam o Comitê Olímpico Brasileiro novamente nas manchetes esportivas do mundo. A dupla foi afastada de suas respectivas confederações mediante ações na Justiça consideradas “ilegais” por Maleson e Wolf.
Essas ações coincidiram com o momento em que Maleson fazia oposição a Nuzman, em sua última eleição para o quinto mandato frente ao COB.
Segundo agências de noticias internacionais, a direção do COB negou interferência nas gestões dos dirigentes, e afirmou que eles deixaram a presidência de suas confederações por conta de ações judiciais de terceiros relacionadas à supostas irregularidades em suas administrações.
Não é segredo que Nuzman tira do caminho quem se opõe às suas ordens. E faz isso preservando o seu nome, como lhe convém, mas sem conseguir desvincular o fato negativo da imagem da entidade que ele dirige.
COI
O Comitê Olímpico Internacional (COI), por sua vez, recebeu as denúncias de Maleson e Wolf. Mas sugeriu que tratem do assunto em nível de suas respectivas federações internacionais, de Desporto no Gelo e a de Badminton. Por enquanto, o COI não se envolverá, por considerar o caso “assunto interno”.
Apesar da escapada do COI, está claro que Nuzman, enfim, enfrenta oposição, mesmo que os desportistas em questão não estejam mais à frente de suas entidades.
Mas eles agiram de forma eficiente e corajosa, e mostraram ao mundo esportivo que, por aqui, o “espírito olímpico” não é tão pacífico e cordial como possa parecer.
Repercussão internacional