De Brasília 2000 aos Jogos do Rio 2016
José Cruz
A três anos e pouco dos Jogos Rio 2016, lembro do distante 1992, quando Brasília se candidatou aos Jogos Olímpicos de 2000, que acabou realizado em Sydney.
A candidatura candanga, que tinha a oposição do presidente do COB, Carlos Nuzman, custou perto de R$ 10 milhões, uma fortuna para a época. A candidatura do Rio saiu por R$ 85 milhões.
Passou o tempo.
Agora, para 2016 o governo projeta colocar o Brasil, jogando em casa, entre os 10 primeiros países olímpicos.
Precisaremos evoluir 12 posições no ranking de medalhas, pois nossa delegação terminou em 22º lugar nos Jogos de Londres.
A questão é: que providências tomaram os governos, entre 1992 e 2012, para que o esporte de rendimento crescesse?
Que estruturas criaram para a formação de atletas nesses últimos 20 anos?
Houve integração de projetos entre o Ministério do Esporte e o Comitê Olímpico?
Temos um planejamento integrado com definições de responsabilidades de clubes, federações, confederações, COB e Governo Federal?
Não tivemos isso.
É verdade que houve inovações, como a criação, em 2003, de um ministério específico para o Esporte e a abertura de fontes de financiamento público: Lei Piva, orçamento da União, Lei de Incentivo, Bolsa Atleta, maior patrocínio das estatais e Timemania.
Mesmo assim, estamos atrasados. A maioria das modalidades não tem estratégia para a identificação e formação de novos competidores.
Como exemplo dessa falta de definições, recorro à recente notícia que publiquei: os clubes formadores de atletas têm R$ 62 milhões disponíveis, mas por falta de diálogo entre as autoridades do esporte não há normas bem definidas para melhor usar o dinheiro, que é público.