Romário apresenta hoje pedido da CPI da CBF
José Cruz
O deputado Romário (PSB/RJ) protocola hoje na Câmara Federal o pedido da CPI da CBF.
Em seguida ele começa a colher assinatura dos parlamentares. São necessárias 171 adesões para que o assunto seja encaminhado à Mesa da Câmara que decidirá sobre a instalação ou não da CPI.
Outros nove pedidos de CPIs diversas aguardam decisão da Mesa da Câmara, além de um Pedido de Resolução, que envolve investigações. Com isso, o requerimento de Romário será o 11º da fila. Assunto que se estenderá por 2013, com certeza.
Investigação
Na prática, Romário quer investigar a vida financeira da CBF a partir de várias denúncias de irregularidades técnicas e financeiras envolvendo a imagem do maior patrimônio do esporte nacional, a Seleção Brasileira.
O pagamento da publicidade da TAM a laranjas de Ricardo Teixeira foi a gota d´água para motivar o deputado carioca a entrar com o pedido da CPI.
Alertado por seus assessores de que este não é um bom momento para a tramitação desse pedido, tendo em vista o recente escândalo da Operação Porto Seguro, que demandará intensa atuação política do Parlamento, Romário se manteve firme na decisão.
Além disso, o forte apelo do futebol e a proximidade da Copa da Confederação e da Copa do Mundo mobilizarão a bancada da bola no Congresso Nacional para abortar a CPI da CBF.
Em vão. O deputado argumentou que se o seu pedido de CPI não for atendido pela Mesa da Câmara quem perderá é o Brasil, mas que ele, como deputado federal, tem compromisso e obrigação para encaminhar o pedido agora, conforme argumentou aos assessores.
Memória
A CBF já foi motivo de uma CPI, em 2001, quando Ricardo Teixeira dirigia a entidade.
O deputado Aldo Rebelo (PCdoB/SP), atual ministro do Esporte, atuou como presidente, e o então deputado Silvio Torres (PSDB/SP) foi o relator.
Com o apoio de excelentes técnicos do Congresso Nacional, do TCU, da Controladoria Geral da União, do Banco Central e Polícia Federal houve quebra de sigilos fiscais, contábil e bancário da investigada.
Ao final foram identificadas dezenas de irregularidades, como evasão de divisas, sonegação fiscal, depósitos de dinheiro em paraísos fiscais, transferências irregulares de jogadores para o exterior, que a CPI chamou de “fábrica de gatos e tráfico de menores”.
No último dia da CPI, quando o relatório seria lido, o então deputado e presidente do Vasco, Eurico Miranda, liderando a Bancada da Bola, rasgou o relatório, numa tumultuada sessão. Com isso o documento não foi votado e se tornou peça inútil para efeitos legais.
Mesmo assim, presidente e relator da CPI encaminharam cópia do relatório às autoridades fiscais, porém sem qualquer efeito prático diante das irregularidades identificadas.