Romário quer esclarecer pagamentos da TAM à CBF
José Cruz
O deputado Romário está encerrando o seu segundo ano de mandato legislativo mexendo num vespeiro que poderá revelar mais um escândalo envolvendo o ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira.
Na reunião da Comissão de Turismo e Desporto, Romário aprovou requerimento para ouvir o depoimento de 11 pessoas envolvidas no contrato de patrocínio da TAM com a CBF, encerrado recentemente.
Em resumo: o dinheiro do contrato, R$ 14,1 milhões anuais, não era entregue à CBF, mas depositado na conta de amigos de Ricardo Teixeira.
O pedido de Romário foi com base na noticia da Folha de S.Paulo, no dia 29 último. O contrato CBF/TAM determinava que o patrocínio fosse pago a quatro empresas do Grupo Águia, de Wagner Abrahão, amigo de Ricardo Teixeira.
''Vou acertar com o presidente da Comissão de Turismo e Desporto (deputado José Rocha) a data dos depoimentos, ainda este ano, se possível'', disse Romário.
A proposta do deputado do PSB convidará as seguintes pessoas, direta ou indiretamente envolvidas no contrato com a TAM: Paulo Castello Branco, Wagner Abrahá, Cláudio Abrahão, Gilmar Caldeira, Luis Barros, Carlos Eugênio Lopes, Antônio Osório Ribeiro da Costa, Luis Antônio Paulino e representantes das empresas Pallas Operadora Turística, Iron Tour, One Travel Turismo.
A audiência deverá ser acompanhada por representantes do Ministério Público Federal e da Receita Federal. Porém, há um risco: como se trata de ''convite'' não há obrigatoriedade no comparecimento. Mas se isso ocorrer, ficarão as suspeitas de gravíssimas irregularidades.
Repercussão
Além de elucidar essa obscura relação entre amigos, a proposta de Romário poderá demonstrar como a Seleção Brasileira de Futebol era explorada comercialmente. Afinal, porque o dinheiro não era depositado na conta da CBF, mas de terceiros que nada têm a ver com a instituição maior do futebol?
Esse dinheiro aparece na contabilidade da CBF? Em caso negativo estará evidente que a instituição que administra um dos mais expressivos símbolos de nossa cultura esportiva, a Seleção Brasileira, estava sendo usada para benefício de terceiros.