PCdoB contesta reportagens sobre Segundo Tempo
José Cruz
Da direção do PCdoB recebi a seguinte mensagem, que publico na íntegra, seguida de minha análise
''O jornal O Estado de S.Paulo, do último domingo (11), atacou levianamente a honra do Partido Comunista do Brasil, com a matéria intitulada “ONG ligada ao PCdoB desviou recursos…”. A pretensa reportagem, assinada por Alfredo Junqueira, vincula artificialmente – e sem provas – a legenda comunista a um enredo com o qual ela não tem ligação nenhuma. No dia seguinte, 12, outra dose do mesmo naipe foi publicada.
A narrativa desse arremedo de reportagem se pauta num conflito de acerto de contas entre dois empresários, um deles pertencente a outra legenda, em supostas negociatas referentes ao Programa Segundo Tempo que envolveriam, também, uma ONG.
Trata-se de um ataque vil, posto que é destituído de qualquer veracidade. Primeiro: o PCdoB não tem e nunca teve ONG. Ao contrário, sempre se opôs ao fato de ONGs substituírem entes públicos. Relacionar a movimentação financeira de qualquer dessas entidades com o Partido, sem provas, sem evidências, não é jornalismo, é mentira, é infâmia. Segundo: o PCdoB não tem relação com os empresários citados.
Em referência ao Ministério do Esporte, ao qual pertence o Programa Segundo Tempo, em nota oficial esse ministério informou que, nos termos da lei, a denúncia será apurada.
Desse modo, fica claro que o objetivo desse material falsamente jornalístico não é informar e tampouco defender o bem público. Mais uma vez – movido pela sanha reacionária de golpear o campo político progressista do país, em especial a esquerda –, O Estado de S. Paulo recorre a uma montagem grosseira de peças e personagens para jogar lama na honestidade do Partido Comunista do Brasil. Com mentiras e calúnias, como as que acaba de publicar, não conseguirá. Em defesa de sua reputação, de sua honra, construídas em 90 anos de história, o PCdoB não irá se calar e tomará as medidas cabíveis para que a verdade prevaleça.''
São Paulo, 12 de novembro de 2012. Renato Rabelo Presidente do Partido Comunista do Brasil-PCdoB
Minha análise
O PCdoB tem passado que honra a história política do Brasil.
Mas dou crédito às reportagens do companheiro Alfredo Junqueira. Não podemos ser ingênuos e ignorar que espertos de ocasião agem às sombras na Esplanada dos Ministérios, disfarçados de militantes políticos e comprometendo legendas, inclusive.
A situação do programa Segundo Tempo é grave. O próprio ministro do Esporte, Aldo Rebelo, tomou decisões duras, como suspender contratos com ONGs, tal a fragilidade do sistema de fiscalização e, daí, as suspeitas de irregularidades.
São vários os processos que ilustram este episódio que, claro, não devem envolver a cúpula do partido.
Mas diante de tudo que já se viu e escreveu está aí a oportunidade de o Ministério Público, a CGU, o TCU ou o próprio Ministério do Esporte escancarem a realidade desses fatos que culminou, inclusive, com o afastamento do ex-ministro Orlando Silva.
A transparência é oportuna e indispensável.