Aldo Rebelo completa um ano no Ministério do Esporte: avanços e recuos
José Cruz
Aldo Rebelo completou um ano como ministro do Esporte. Em 31 de outubro.
Com medidas administrativas, demissões, inclusive, devolveu credibilidade à pasta.
Suspendeu alguns repasses de verbas dos programas Segundo Tempo e Pintando a Cidadania – principais focos de corrupção na era do ministro anterior, Orlando Silva.
Mas, aos poucos, Aldo, do PC do B, recuou.
Retrocedeu, por exemplo, no jogo duro contra os cartolas que se perpetuam no poder de suas confederações. Adiou novas regras para 2017. Ou seja, para nunca mais.
Ressuscitou o apoio do governo federal ao futebol profissional, sem transparência, como liberação de verbas para instalar sistema de segurança em estádios de futebol, em entidades privadas.
Reconheceu que a Copa do Mundo não é evento para “torcedor comum”. Esses, segundo Aldo, não vão passar nem perto dos estádios… Bah!
Resgatou funcionários afastados que na gestão de Orlando Silva serviam a chefias que estavam no foco das investigações. Outros ganharam promoções.
Danielle dos Santos Gruneich – ex-lider estudantil e militante do PC do B, foi nomeada coordenadora-geral da Rede Nacional de Treinamento e Cidade Esportiva. Trabalhou muito tempo na secretaria de esporte educacional, onde foi chefe de gabinete.
Carlos Nunes Pereira assumiu a assessoria técnica da Coordenação dos Grandes Eventos Esportivos da Secretaria Executiva. Também é militante do PC do B e já havia trabalhado na Secretaria de Esporte Educacional, de onde foi afastado, mas está de volta.
Antônio Fernando Máximo ganhou cargo novo, na Coordenação de Grandes Eventos Esportivos. Ele era assistente de Wadson Ribeiro, ex-secretário de Esporte Educacional. Wadson foi afastado do Ministério do Esporte no escândalo de Juiz de Fora (MG), quando desapareceram R$ 2 milhões do programa Pintando a Cidadania, ainda investigado pelo Ministério Público. Antônio é militante do PC do B.
E por aí vai. Neste aspecto, Aldo não difere de seus colegas da Esplanada dos Ministérios: o fortalecimento e a valorização dos companheiros partidários jamais é esquecida. “É dando que se recebe”. Está na cartilha.
Futuro
Fortemente envolvido com a preparação do país aos megaeventos esportivos, fica a expectativa sobre os rumos políticos de Aldo Rebelo.
Seguir os passos de Dilma na próxima eleição e permanecer fiel à chefia ou deixar o Ministério para tentar reeleição de deputado federal por São Paulo?
Se Aldo não sair candidato a deputado a vaga ficará disponível para Orlando Silva e Netinho.
Orlando derrotado nas urnas para vereador, aderiu à campanha vitoriosa de Fernando Haddad à prefeitura de São Paulo. Por isso, deverá ser contemplado com uma secretaria. De Esportes, quem sabe, pois a vice-prefeita eleita, Nádia Campeão, é do PC do B. Tudo se encaixa.
Assim, com orçamento e projetos públicos, Orlando poderá construir sua candidatura a deputado federal. “Nada se cria, tudo se copia…” Maluf já fazia isso, há anos. Bela escola. PC do B e Maluf juntos, quem diria!
Aldo e Orlando não se bicam. Quando preciso se abraçam e sorriem. Mas é para os flashes. São de linhas distintas no PCdoB, tanto como ex-líderes estudantis e, principalmente, como ministros.
Mas, como gestor, em apenas um ano Aldo Rebelo demonstrou ser bem mais confiável.