Caixa & Corinthians, patrocínio de valor. Já a transparência…
José Cruz
As direções da Caixa Econômica e Corinthians assinam hoje contrato de parceria.
Em outras palavras, a Caixa vai vincular sua marca ao time que disputará o título mundial de clubes. E pagará por isso. O valor oficial no negócio não foi divulgado.
Indignado, um leitor, “CWJ” reclamou …
“… da falta de mentalidade esportiva no Brasil que explica algumas coisas é a Caixa Econômica Federal dar um patrocínio de R$ 35 milhões a um time de futebol profissional que é o Corinthians. Fim da picada. Cada vez a coisa fica pior. Banco federal, dinheiro público, se fizer propaganda ou não, não faz a menor diferença pra eles, mas quem manda no banco????? Quem manda no banco é o mesmo governo federal que deveria obrigar ao MEC a dar atenção a Educação Física aos nossos alunos e mudar a situação do esporte brasileiro. Deveria, mas não faz.”
Calma, CWJ!
Uma coisa é questionarmos a parceria, que implica no repasse de recursos de um órgão público para o futebol profissional.
Em tese, suspeitíssimo futebol profissional, de contas ocultas e transparência opaca.
Futebol que deve R$ 2 bilhões ao INSS, ao Imposto de Renda e Fundo de Garantia. Futebol que tem passivo de R$ 3 bilhões em dívidas trabalhistas …
Mas nessa parceria há um ''negócio'' que interessa à Caixa.
Assim como o Banco do Brasil, que há vinte e tantos anos apostou no vôlei e vôlei de praia, a concorrente Caixa escolheu um clube popular cuja torcida também se alinha ao seu perfil que é atender, prioritariamente, clientela que busca acesso a produtos básicos, como a moradia, empréstimos etc.
Isso é uma estratégia de marketing e o companheiro Erich Beting, também blogueiro do UOL Esporte, poderá analisar com propriedade, pois é especialista no tema.
Particularmente, observo que, antes de patrocínio da Caixa, o que temos é uma parceria de interesse mútuo.
A direção da Caixa aposta no crescimento de sua clientela a partir do apoio financeiro a um clube com torcida numerosa em todo o país. Poderia ser o Flamengo, mas quem está em destaque é o Corinthians, que em breve terá estádio próprio.
A verdade é que a verba para o marketing esportivo existe. Seria aplicado numa determinada estratégia. A direção da Caixa escolheu o futebol e um time que oferece visibilidade de imagem.
A proximidade da Copa das Confederações e Copa do Mundo, com o envolvimento do torcedor nesse ambiente deve ter contribuído para a decisão. Assim como outro concorrente, o Bradesco, que vinculou sua marca aos Jogos Olímpicos e faz propaganda e barulho.
A guerra de marcas é por aí e o esporte vai ganhar muito.
Mas se esses negócios forem transparentes, o contribuinte agradece, porque no marketing das estatais o dinheiro é público.