Blog do José Cruz

Futebol, a lavanderia internacional para limpar dinheiro sujo

José Cruz

O Relatório de 2009 do Grupo de Ação Financeira (GAFI) sobre lavagem de dinheiro no futebol diz  o seguinte:

“A indústria do esporte é um dos muitos setores atraentes para os criminosos, com o objetivo de legitimar ativos, e merece maior reflexão dada a ampla gama de transações monetárias e aumento do número de pessoas envolvidas.

Em junho de 2008, o GAFI decidiu investigar lavagem de dinheiro através do futebol a fim de entender melhor o processo de legitimar capitais, as formas em que o crime pode estar ligado com as atividades econômicas e como o dinheiro sujo pode ser  infiltrado em atividades legítimas”.

Estas operações estão relacionadas com a propriedade de clubes de futebol ou jogadores, o mercado de transferência, apostas, direitos de imagem e acordos de patrocínio ou publicidade.

Outros casos mostram que também se usou o futebol para cometer atividades criminosas como o tráfico de pessoas, tráfico de drogas (doping) e infrações fiscais.

O Grupo de Ação Financeira – GAFI –   é uma organização intergovernamental criada em 1989, por iniciativa do G7, com sede em Paris.

O objetivo do GAFI é desenvolver e promover políticas nacionais e internacionais de prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo.  O Grupo congrega atualmente 34 países, entre eles o Brasil.

Enquanto isso…

Torcedores do Fluminense não gostaram da entrevista na CBN, que ontem repercuti, sobre as dívidas fiscais do clube. E  baixaram o sarrafo.

Discordar é do jogo, claro, mas confundem a liderança do Flu no Campeonato Brasileiro com gestões desastrosas de cartolas que já saíram de cena e deixaram a bomba para o atual presidente.

Como disse Amir Somoggi, o consultor que analisa a nebulosidade nas finanças do futebol, “os torcedores ainda não entenderam que gestão transparente não tem relação com a posição dos clubes na tabela do campeonato.”

E insiste na pergunta:

“Alguém tem ideia quanto, de verdade, é movimentado pelo investidor do Fluminense”?

E o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, conhece esta realidade da falta de transparência nas finanças do futebol, pois foi relator da CPI da CBF Nike, em 2001, quando investigou este assunto a fundo. Está no seu relatório.

História

Desde 2001 sabe-se oficialmente sobre tais calotes dos clubes ao fisco brasileiro.

O problema não é exclusivo do Tricolor carioca como mostrou a reportagem. Mas tornou-se mais rumoroso porque o atual presidente Tricolor teve coragem de reconhecer a sonegação, publicamente.

Certidões

Outro dia pedi aos 20 clubes da Série A do Brasileirão a certidão negativa junto ao fisco. Apenas o São Paulo FC respondeu exibindo os documentos.

Ou seja, o calote é real os clubes devedores não podem ser beneficiados por verbas públicas nem isenções fiscais!

O  Ministério Público que se manifeste.