Blog do José Cruz

Basquete: Grego tenta reconquistar o cargo

José Cruz

Foram gestões com menos dinheiro, porém com mais realizações. Com este argumento, compartivo à atual administração da Confederação Brasileira de Basquete (CBB), Gerasime Nicolas Bozikis, o Grego,  desenvolve sua campanha na tentativa de reconquistar a presidência da entidade na eleição de março do ano que vem. Ele tentará derrotar o ex-pareceiro e hoje presidente Carlos Nunes.

Nunes está com a bola cheia, fortalecido por regulares fontes de renda, campeonato nacional atrativo, ótima audiência na TV e numeroso público nas arquibancadas. Além, claro, da ascensão da Seleção aos Jogos Olímpicos, o que não é indicativo de que a modalidade vai muito bem. Pelo contrário.

Mesmo com o patrocínio da Eletrobras, Bradesco, Nike, dinheiro da Lei de Incentivo ao Esporte, Lei Piva e convênios com o Ministério do Esporte, ainda assim o basquete está deficitário em suas contas e se socorre de empréstimos bancários.

Carlos Nunes não explica essa matemática deficitária de “perfil falimentar” para a CBB. E agrava o quadro sem ter uma proposta eficiente de investimentos na base. Diante da omissão e do silêncio a oposição critica.

Comparações

O seguinte quadro demonstra quanto cada um dos candidatos recebeu e os respectivos saldos: Grego na gestão 2006/2008 e Carlos Nunes no período 2009/2011. Destaque para o saldo negativo de R$ 6 milhões da atual administração:

2006/2007/2008

2009/2010/2011

RECEITA – R$

32.595.000,00

58.705.000,00

DESPESA – R$

31.595.000,00

64.938.000,00

SALDO – R$

1.044.000,00

-6.233.000,00

Campeonato/base

56

51

 

Na área técnica, Grego afirma que, com menos recursos, realizou mais campeonatos nas categorias de base que o atual presidente (56 x 51).

Apoios

Em campanha, Grego garante que já tem apoio de cinco federações, mínimo para o registro da candidatura.  “Estou aprovado no primeiro turno”, diz ele. E vai à luta, porque são 27 eleitores. O candidato tem propostas como fortalecer as federações e massificar a prática do basquete no interior – “precisamos tirar o foco só bas capitais” , sugere.

Implementar a Universidade do Basquete para técnicos, árbitros, médicos, fisioterapeutas, dirigentes e adminsitradores, atletas e ex-atletas também está no “compromisso de campanha”.  E o robusto orçamento da CBB é garantia para tais promessas.

Futuro

A falta de massificação do basquete indica futuro difícil para as categorias principais, o que não é muito diferente de outras modalidades, como a natação, atletismo, tênis de mesa etc.

“No Sul-americano sub-15 perdemos para o Chile. Estamos fora de Mundiais dessa categoria desde 2010”, diz Grego, para demontrar a urgente necessidade de uma política de fortalecimento à iniciação, para se ter seleções adultas – masculina e femina – competitivas.

Minha análise

É fortíssimo o investimento do governo no esporte de rendimento sem que ainda se tenha uma definição de compromissos de instituições (confederações, federações e clubes), do próprio governo federal, estaduais e municipais. O que compete a quem?

As verbas públicas se misturam com interesses comerciais de instituições privadas e a desordem  começa aí. O atual fracasso nas finanças da CBB é exemplar, sem que o Ministério do Esporte se manifeste oficialmente.

Passa o tempo e, assim como nas limitações das categorias de base do esporte, há uma assustadora falta renovação entre os gestores. Continuam os mesmos. E isso é real em todas confederações e maioria das federações.

No caso do basquete não há terceira alternativa para o eleitor, porque faltam lideranças. E, principalmente, porque quem está no poder sabe muito bem o que fazer para ali continuar.

O esporte evoluiu financeiramente a partir de 2003, mas patinou na administração. Ficamos na mesmice.

Mais: a própria universidade não acompanhou com proposta acadêmica de ensino a evolução financeira do esporte de alta competição. Tanto que um dos problemas do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos 2016 é a falta de pessoal qualificado para as diferentes ações que precisa realizar na gestão esportiva.

Isso é tão grave quanto vergonhoso para um país que se diz “olímpico”.

Mas, a exemplo de Carlos Nunes, que silencia, também o governo não se manifesta. Apenas de$embolsa…