Adriano, Patrícia e o “mensalão” explícito
José Cruz
Na semana passada, Adriano faltou ao treino no Flamengo por bom motivo: churrasco. Barbaridade!
Na mesma semana, repórteres da ESPN divulgaram que a presidente do Fla, Patrícia Amorim, vereadora há 12 anos pelo PMDB, empregou em seu gabinete, na Câmara do Rio, 25 pessoas ligadas ao clube.
Entre os assessores estava Leonardo Ribeiro, presidente do Conselho Fiscal. Cabide de empregos explícito.
E daí? Daí que o churrasco repercutiu muito mais.
O torcedor-contribuinte, que paga vereadores, deputados, senadores, prefeitos e tudo o mais, ignorou essa barbaridade de uma política-presidente usar a verba pública para pagar funcionários do clube que dirige!!!
Outro dia, escrevi sobre as suspeitas do “mensalão do esporte”.
Pois aí está uma prova evidente de como o dinheiro público sustenta a suspeita folha de pagamento do Flamengo. Essa é uma forma de o político driblar o contribuinte e usar a grana de forma ilegal, imoral, até.
E não vi na imprensa qualquer reação da Mesa diretora da Câmara de Vereadores do Rio.
Enquanto isso…
No sábado, o excelente cronista Bernardo Scartezini comentou sobre este assunto em sua coluna, no Correio Braziliense.
Ele escreveu assim:
''O mais curioso nesse episódio é como a crônica desportiva repercutiu tão pouco o que me parecer ser – mais um – notável escândalo de Patrícia Amorim.
Desta vez, um escândalo que resvala também na vida pública, em dinheiro público, e que afeta todo cidadão carioca, que não se limita aos muros aos cofres do Flamengo.
Taí uma caixa de Pandora – perdão ao ex-governador Arruda pelo uso da expressão – que ainda vai levar muito tempo para ser aberta: as ligações entre futebol e política
Porque é bem mais fácil falar do Adriano pinguço, não é mesmo?”