Blog do José Cruz

Arquivo : agosto 2012

O futebol, o caos e o desmando político
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José Cruz

10.560 brasilienses

esperam na fila para realizar ressonância magnética, na Capital da República.

Apenas um aparelho está disponível nos hospitais públicos de Brasília 

O governo de Agnelo Queiros alugou  dois na rede particular.

Assim mesmo, a fila de espera para realizar o exame é de

DOIS ANOS

Ressonância magnética é indispensável, por exemplo, para identificar tumores na cabeça…

Imagine o drama dos pacientes.

Enquanto isso…

O mesmo governo constrói um estádio para 72 mil pessoas.

Custo superior a R$ 1 bilhão. A falta de transparência impede precisar o valor.

O governador Agnelo Queiroz diz que o dinheiro da obra do estádio não é do orçamento do DF.

Vem da venda de terrenos públicos.

Dinheiro que poderia ser aplicado, prioritariamente, na saúde pública, que continua um caos, como nos tempos de Roriz, Arruda… por aí.

Pior, pois a transparência nos gastos da Copa é “opaca”.

Nem a Câmara Legislativa sabe quanto está custando a obra. Muito menos o Ministério Público…

Já pedi informações. Em vão. Não estão nem aí.

É a legítima festa na casa da mãe Joana.

Novidade? nenhuma.

A não ser que Agnelo Queirós também será investigado por supostas ligações com o idôneo Carlinhos Cachoeira. Decisão do Superior Tribunal de Justiça, a pedido do Ministério Público.


Política de esporte: o jogo do blá…. blá…. blá….
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José Cruz

Volto à entrevista do ministro Aldo Rebelo a Juca Kfouri, sábado à noite, quando afirmou que teremos uma política de esportes.

Então, não temos a tal política, que seu antecessor, Orlando Silva – hoje perambulando pelas ruas de São Paulo, catando votos para sua eleição de vereador – afirmava existir.

A enganação é explícita. E lembro que o PCdoB comanda o Esporte há nove anos…

Equipamentos

Disse o ministro que “temos carência de equipamentos e que o governo implantará cinco mil quadras e outras cinco mil serão cobertas em escolas públicas.”

Pois o Orçamento da União deste ano reservou R$ 1 bilhão para esta ação. No entanto, nem 10% foram aplicados até agora, final de agosto, a cinco meses de acabar o ano, conforme revelou Contas Abertas, em recente reportagem que aqui publiquei. Na verdade, o governo conseguiu gastar apenas… 8,5% do dinheiro disponível.

Disse mais o ministro Aldo:

Que o governo levará uma pista de atletismo oficial a cada cidade.

Mas não disse se ali teremos professores, técnicos, equipamentos, barreiras, dardos, discos, pesos, varas etc.

A 1 km do prédio do Ministério do Esporte está a Universidade de Brasília. Na faculdade de Educação  Física as duas pistas de atletismo estão abandonadas há anos…

No mesmo “Centro Olímpico”, as duas piscinas estão desativadas há quatro anos. Repito: quatro anos de reparos. Até hoje permanecem vazias. Isso numa faculdade de Educação Física!!!

No sábado passado, o Correio Braziliense abriu uma série de reportagens sobre o “atletismo”.

Os autores, Ana Cláudia Felizola e Vitor Moraes, começaram a série por Brasília. Assim:

Coisa de amadores

“A cidade, que, desde Joaquim Cruz sempre respirou atletismo, hoje é um retrato do insucesso da modalidade em Londres

No domingo, dizia:

Segunda reportagem da série sobre a decadência do Atletismo em Brasília e no país mostra que a falta de qualificação profissional contribui ainda mais para a ausência de novos talentos e, consequentemente, de resultados

Por isso – e com o devido respeito ao esforço que o ministro Aldo faz para tentar colocar o trem na linha – desconfio dessa “política” que está por vir

Se ela não foi construída com a participação dos ministérios da Educação e da Saúde continuaremos na estaca zero.

A política não pode ser de ministério, mas de Governo. E nessa medida entra, prioritariamente, a qualificação dos professores para a imediata prática de educação física nas escolas públicas.

Antes de “construir” atletas, precisamos criar uma consciência esportiva, uma cultura que não seja exclusiva do futebol. E isso é fundamental para o país que receberá os Jogos de 2016.

Pessimismo

Lamentavelmente estou pessimista neste sentido, mas espero que esteja errado ao final de tudo e aqui possa vir me retratar.

Porém, está claro o atraso em que nos encontramos.

Diante disso, o  Brasil precisa de dois planos para o esporte: um emergencial, para evitar o vexame em 2016.

Outro de longo prazo, mas esse só vingará com medidas de governo e não de ministério que, na prática são de partido. Se for assim, continuaremos perdidos.

E se não temos a tal “política” até hoje foi por incompetência dos antecessores de Aldo Rebelo, Agnelo Queiroz e Orlando Silva. Eles realizaram três Conferências do Esporte, de onde saíram decisões que eram justamente para isso, nortear as medidas de governo. Gastaram muito dinheiro para nada. Mas um deles, Agenlo, se elegeu governador do Distrito Federal, e o outro, Orlando, quer fazer carreira política começando pela vereança, em São Paulo.

E agora, vai?


Governo também quer limitar os mandatos dos cartolas
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José Cruz

“O Estado não vai tutelar nem administrar as modalidades esportivas. Autonomia é bom e saudável. Mas não pode haver autonomia sem compromisso social, com interesses públicos”

Os eternos mandatos dos cartolas do esporte brasileiro estão com os dias contados.

O governo federal entrou em definitivo na campanha para que entidades contempladas com verbas públicas tenham mandatos de seus dirigentes limitados.

Além de dois projetos de lei que tramitam rapidamente na Câmara e no Senado, o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, defendeu a proposta para “democratizar a gestão esportiva”, em entrevista a Juca Kfouri, sábado à noite, na ESPN.

“Isso (a limitação dos mandatos) não é mais um debate. É um caminho irreversível.  A sociedade está convencida de que as instituições tem que entrar em sintonia com o país”, disse Aldo em entrevista  Juca Kfouri, na ESPN, sábado à noite.

Autonomia

“O Estado não vai tutelar nem administrar as modalidades esportivas. Autonomia é bom e saudável. Mas não pode haver autonomia sem compromisso social, com interesses públicos”, afirmou o ministro.

O presidente do Comitê Olímpico, Carlos Nuzman, está há 17 anos no poder. Mas, mesmo recebendo valiosos recursos públicos, não implantou no olimpismo a dinâmica do vitorioso vôlei nacional.

Gesta de Melo, do Atletismo, está há 25 anos na presidência da Confederação de Atletismo. Coaracy Nunes, do Desportos Aquáticos, 24, e Manuel Luiz Oliveira, do Handebol, e João Tomasini, da Canoagem, 23 anos cada.

Pressão

“A limitação dos mandatos será uma forma de exercer pressão sobre os dirigentes para que alcancem resultados. Se um dirigente sabe que ficará quatro anos no cargo terá que se esforçar para apresentar resultados em curto prazo”, explicou o ministro.

Os projetos de lei que tramitam no Congresso Nacional preveem quatro anos de mandato com direito a somente uma reeleição.

Atualizado às 16h14 de 19 de agosto

Sugiro a leitura deste artigo, que oferece outra análise sobre este importante tema


Esportes: a elite e os excluídos
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José Cruz

Estou curioso para a entrevista do ministro do Esporte, Aldo Rebelo, a Juca Kfouri, hoje às 21h, na ESPN.

Aldo antecipou medidas voltadas para a “democratização do acesso à prática esportiva”, como anuncia Juca, em seu blog

Imagino que as medidas tenham como meta o melhor desempenho brasileiro nos Jogos do Rio de Janeiro, em 2016. Vamos ver.

Enquanto isso…

Já que o ministro falará sobre a “democratização” do esporte, volto à mensagem anterior deste blog, em que o sociólogo Eduardo Manhães abordou o tema, diante do volume de verbas públicas concentradas no alto rendimento, na elite.

Não foi uma manifestação isolada ou de ocasião, mas de 1983, quando Manhães concluiu seu mestrado na UFRJ e publicou o livro “Política de Esportes Brasil” (editora Graal).

Nesse livro, o autor demonstra que,  já na época de seu estudo, há três décadas, portanto,  os recursos públicos eram direcionados prioritariamente para a cúpula do esporte, para a elite. E se mantém assim até hoje.

Ao contemplar a elite, o governo ignora os excluídos do esporte, que estão também na base, na iniciação.

E por falar em “excluídos” do esporte, cito Jacques Généreux, do Instituto de Estudos Políticos de Paris, em seu livro “O horror Político” (Ed Bertrand Brasil), referindo-se às ações  sociais de governos:

“Se ainda existe algum interesse pelos “excluídos”,  pelos pobres, em suma, pelos “inúteis”, é pelo fato de ainda serem eleitores. Mas o que aconteceria se não vivêssemos mais em democracia?”

E o que era o “Segundo Tempo” se não um projeto social para “excluídos”, mas de fortíssimo apelo eleitoreiro e, por isso, com graves focos de comprovada corrupção?

Enfim, que venham as propostas do ministro Aldo, para sabermos se reduzirão a distância entre “elite” e os “excluídos” do esporte no proveito da verba pública.


O grande legado olímpico: a democratização do esporte
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José Cruz

No país do futebol, segue o debate sobre olimpismo.

Abrimos espaço para receber várias manifetações e incentivar o debate sobre um assunto que o brasileiro pouco se envolve: o dinheiro público para o esporte.

O tema continuará na ordem do dia, mas a partir de amanhã intercalado com as demais rotinas.

O grande legado olímpico seria o direcionamento do dinheiro público para a democratização do esporte. Esse seria o grande legado.

Eduardo Manhães

Penso que cada centavo de dinheiro público gasto com esporte ou atleta de elite é ilegítimo.
E isso não me impede de torcer pelas equipes e pelos atletas brasileiros.
Mas todas as políticas de esporte para olimpismo são artifícios de propaganda de Estado, midiáticos que, haja vista a Austrália e a Grã-Bretanha, mais recentemente, chegam ao cúmulo de visar a conquista eventual de medalhas nos jogos que realizaram.
A médio prazo, esses países voltam ao patamar em que estavam.
Cada vez menos, há correspondência entre a democratização da prática de esporte, escolar, e a performance olímpica.  No país do PHELPS, a população está cada vez mais gorda.
A grande exceção é a Jamaica, em que os atletas nacionais são fruto da prática de atletismo na base. Pouca grana, investimento em gente e não em equipamento, e especialização em modalidade esportiva identificada com a cultura do país. Bacana.
O importante é a qualidade das medalhas e não a quantidade.
O grande legado olímpico seria o direcionamento do dinheiro público para a democratização do esporte. Esse seria o grande legado.

Eduardo Manhães
é sociólogo


Olimpíada: o real valor
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José Cruz

Everaldo Marciano

Indigne-se com o mau desempenho de seus eleitos e seja mais tolerante com seus atletas, eles passam rapidamente, os demais são responsáveis pela sua vida e de outros milhares de potenciais atletas.

Cobre ética, responsabilidade, seriedade e competência de nossos políticos e administradores, não aceite derrotas na área humana, indigne-se com as mazelas, violência, pobreza, falta de educação e saúde adequadas.

 Sem saúde, educação, melhor distribuição de renda e acessibilidade à prática do esporte continuaremos sempre como uma mediocridade olímpica e, pior, uma nação esportivamente falida.

Como todas as pessoas, algumas mais e outras menos, estivemos envolvidos durante duas semanas com os jogos olímpicos. Decepções com alguns atletas, surpresa com outros, discussões aprofundadas sobre esportes que mal conhecemos as  regras e as dificuldades. Indignamo-nos com atletas que falham ou que pecam na hora decisiva, pois deixaram de ganhar uma medalha de ouro que nos daria o falso sentimento de orgulho de uma nação bem sucedida.  Por outro lado passamos indiferentes pela corrupção, aceitamos passivamente o imenso e freqüente desvio de verbas na educação, na saúde ou nos esportes assumindo que isso ocorre mesmo no Brasil e que nunca vai mudar. Passamos igualmente indiferente por atletas que alcançam “somente” um oitavo lugar, como se nós, em nossas áreas de atividade, não ficássemos radiantes em ser o oitavo melhor no mundo….

Na realidade, nossa colocação nos jogos olímpicos deveria ser próximo ao 45º lugar.

Por que?

Essa colocação retrataria a media de nossa posição mundial em termos de PIB, sexta potencia  e nossa colocação no IDH, Índice de Desenvolvimento Humano, onde ocupamos o 84º lugar.

Se por um lado existe verba disponível para o esporte, por outro falta-nos o material humano educado e saudável necessário ao sucesso esportivo, entre outros sucessos mais importantes. Dessa forma, os ídolos esporádicos e bem sucedidos são muito mais obra do acaso e da perseverança de alguns, do que devido a uma política nacional consistente e incisiva, incluindo-se ai a área esportiva.

A verdade e que os jogos olímpicos, como outros eventos de tal magnitude, há muito já viram seus objetivos iniciais desvirtuados. O objetivo de congraçamento dos povos, a busca da superação de limites, a essência do competir ser mais importante que ganhar, o amadorismo puro não existe mais. Tudo gira em torno de um imenso balcão de negócios.

As cidades organizadoras, selecionadas muitas vezes por votos questionáveis de corrupção, buscam divulgar o país e promover suas economias locais no turismo, na execução de obras faraônicas.

Os atletas recebem recompensas  por medalha, algumas elevadíssimas, outras nem tanto, mas pagas por governos interessados em auto promoção.

Além disso, o destaque não é propriamente uma retribuição de respeito pelo país e a seus torcedores, mas uma enorme oportunidade de conseguirem patrocínios milionários de fornecedores de materiais, celulares, produtos de beleza, bebidas, roupas.

Os patrocinadores deleitam-se com seus novos produtos e lançamentos na expectativa de aumentar seus lucros. Esse e o mundo real, mas convenhamos não o ideal.

Façamos um exercício de suposição. Imagine que o Brasil fosse 4º ou 5º colocado em todas as provas olímpicas. Nenhuma medalha. Seriamos um fracasso olímpico, mas seríamos uma potência esportiva, senão a maior,com atletas de alto nível em todas as modalidades.

Um pais que contaria com uma política de esportes saudável, eficiente, sem ser eficaz talvez, mas invejável.

Contrariamente a certos países que nos ultrapassam em número de medalhas de ouro, mas que são pobres em investimentos esportivos, concentrando-se em um ou dois esportes, como levantamento de peso,  lançamento de disco, sem demérito  a essas modalidades, com o intuito de faturar medalhas de ouro que servem basicamente a mascarar as falhas governamentais desses países, a abastecer o ego de ditadores e populistas e aumentar as vendas de produtos patrocinadores.

Parodiando, ou adaptando uma famosa frase, diria “Infeliz do país que não tem ídolos, mais infeliz o país que precisa de ídolos”. Atletas e treinadores combinam resultados, times perdem propositalmente, atletas se dopam, tudo em nome de uma medalha. Não é esse o modelo a ser seguido para um pais potencia.

Os jogos olímpicos duram duas semanas e ocorrem a cada quatro anos como todos sabem. Nossa vida não para. Guardemos nossas decepções, nossas tristezas, nossa revolta para coisas mais palpáveis e seríssimas que afetam nosso dia a dia.

Cobre ética, responsabilidade, seriedade e competência de nossos políticos e administradores, não aceite derrotas na área humana, indigne-se com as mazelas, violência, pobreza, falta de educação e saúde adequadas.

Não aceite que profissionais indispensáveis ao crescimento do Brasil como professores sejam aviltados por baixos salários e falta de condições, principalmente na escola pública que já foi a elite brasileira.

Indigne-se com o mau desempenho de seus eleitos e seja mais tolerante com seus atletas, eles passam rapidamente, os demais são responsáveis pela sua vida e de outros milhares de potenciais atletas.

A massificação do esporte resulta em um povo mais saudável, e com um número maior de praticantes as chances de aparecerem atletas de alto nível aumentam substancialmente, mas esse não e um fim, mas uma conseqüência.

Sem saúde, educação, melhor distribuição de renda e acessibilidade à prática do esporte continuaremos sempre como uma mediocridade olímpica e, pior, uma nação esportivamente falida.

Everaldo Marciano é geólogo e mora em Heidelberg, Alemanha

 


A evolução e o retrocesso
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José Cruz

Nos Jogos Olímpicos de Helsinque, em 1952, o Brasil ganhou uma medalha de ouro, no salto triplo de Adhemar Ferreira da Silva.

Em 2012 o Brasil ganhou três medalhas de ouro nos Jogos de Londres.

Esperamos por 60 anos para triplicar a conquista … Que tal?

Enquanto isso…

Destaco no blog mensagem de um brasileiro, que merece ser lida porque contribui para o debate aqui realizado:

Zé, eu moro na República Tcheca, um país com pouco mais de 10 milhões de habitantes. Eles ganharam este ano 10 medalhas no total, sendo quatro de ouros, portanto, ficando à frente do Brasil na contagem final. Hj estava comentando isso com a minha sogra que disse o seguinte:

”É, vcs podem ter mais medalhas que a gente, mas vcs participam de muito mais provas do que nós, vcs têm uma populção 20x maior do que a nossa e mesmo assim não conseguiram algo muito melhor do que nós”.

Imagine a minha cara como ficou depois dessa…

Abraços, André Munhoz”

Comentário

A República Tcheca tem 10,5 milhões de habitantes, o mesmo que São Paulo, capital.

E Ficou em 22º lugar no ranking olímpico de Londres, com oito medalhas, uma de ouro a mais que o Brasil.

Ouro: atletismo, ciclismo, pentatlo moderno e remo.

Prata: remo, canoagem de velocidade e tênis.

Bronze: atletismo, canoagem e tiro esportivo.

O Brasil, com 200 milhões de habitantes venceu em nove modalidades, três medalhas de ouro, cinco de prata, nove de bronze.

Algo está muito errado para termos essa proporção de mais dinheiro e resultado menor.

Até agora o Ministro do Esporte, o presidente do Comitê Olímpico e os presidentes das confederações esportivas não disseram nada sobre o desnível entre o crescimento do investimento de recursos públicos e a queda do desempenho da maioria das modalidades.

Mas a Bandeira Olímpica já desfila pelo país, camuflando as mazelas de nossa realidade esportiva.

Agora vai…


Governo aplicou R$ 6,2 bilhões em esporte nos últimos quatro anos
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José Cruz

O governo federal aplicou R$ 6,2 bilhões no esporte entre 2009 e junho de 2012.

Nesse valor estão todas as manifestações esportivas, do automobilismo ao futebol e, principalmente, os recursos para as modalidades olímpicas, contempladas com R$ 1,4 bilhão.

Os recursos financeiros vêm do Orçamento da União, empresas estatais, Lei de Incentivo, loterias federais etc.

Em termos reais, de 2003 para 2011, o orçamento do Ministério do Esporte cresceu 3,5 vezes, ampliando sua participação no PIB.

Com este balanço fica claro que o esporte interessa ao governo, mas a distribuição dos recursos ocorre sem que se tenha uma política pública para a iniciação.

Resultado: a verba concentra-se na elite, no atleta pronto, que recebe de várias fontes. E os que estão na base e seus técnicos que se lixem…

A prioridade na aplicação do dinheiro público é contemplar o alto rendimento, o futebol entre eles, atividade altamente suspeita em suas contas devido à falta de transparência e corrupção já registrada em duas CPIs.

Da mesma forma, tornam-se suspeitas as aplicações no esporte olímpico, pois não temos porioridades, metas, planejamento integrado. O COB diz uma coisa e o MInistério do Esporte fala outra. Quando se juntam combinam e ensaiam para tentar a mesma linguagem. Pura ilusão.

Também faltam prestações de contas públicas, isto é, que demonstrem onde a grana foi efetivamente aplicada.

Não temos isso e enquanto assim continuar nós, contribuintes desse sistema, temos que suspeitar que o dinheiro não está sendo aplicado de forma devida.

Os resultados da maioria dos esportes nos Jogos de Londres são a principal suspeita da má gestão da verba pública. E os senhores presidentes de confederação têm a obrigação de vir a público se manifestar diante desse contraste que é ter mais dinheiro e menos resultados.

Bandeira

Que ninguém se iluda e se emocione com o desfile da Bandeira Olímpica pelo Brasil. Símbolo dos históricos Jogos ela não pode se tornar mais importante neste momento de fracassos do nosso esporte. Em quatro anos será a vez da chama olímpica. E com certeza estaremos falando das mesmas mazelas de hoje.  Que são as de ontem…

Ao contrário, esses símbolos olímpicos poderão servir para esconder, camuflar, driblar a nossa realidade que  é ainda amadora na gestão dos recursos e na formulação de propostas efetivas para o desenvolvimento do esporte, porque alija a escola e a universidade desse contexto.

Uma coisa são os Jogos, outra os negócio$. E o governo, financiador, está perdido nessa parada.

Leia aqui a reportagem do dinheiro público para o esporte.


Entrave olímpico: três mil quadras esportivas não saem do papel
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José Cruz

O orçamento federal reservou R$ 1 bilhão para aplicar na construção e coberturas de quadras de esportes em escolas, Brasil afora.

Mas até agora, a quatro meses e meio do final do ano, não aplicou nem 10% desse valor, mas apenas 8,5%…

O assunto vem a propósito de dois debates oportunos: o fraco desempenho da equipe brasileira nos Jogos de Londres e a necessidade de o governo implantar urgentemente a educação física para os estudantes.

Confira a reportagem de Dyelle Menezes e Yuri Freitas, do Contas Abertas.