O “buraco” do esporte
José Cruz
“Sem medalha olímpica a gente volta para o buraco de novo. Vou voltar para o meu buraco”
Esta frase de Diogo Silva, do taekwondo, foi a mais forte da delegação brasileira nos Jogos de Londres.
O “buraco” exprime a realidade dos muitos atletas.
Não há uma programação para que se recuperem de um insucesso. E não é por falta de dinheiro. Público!!!
Nem a Bolsa-Atleta perdoa. Se não vencer, pagará com a suspensão do benefício. Não há alternativa.
Se o atleta sofrer uma contusão e ficar seis meses fora de competição também perde os benefícios. Quando mais precisa…
É o abandono olímpico, como se o atleta tivesse valor só na vitória, quando os cartolas engravatados correm para o estádio a tempo de entregar a medalha ao conterrâneo. E aparecem bem na foto.
Esta declaração de Diogo Silva é mais um reforço para que o Congresso Nacional investigue os rumos do dinheiro público para o esporte e a falta de políticas públicas de longo prazo.
Se não fizerem isto, em breve cairão todos no buraco … sem salvação!