Governo também quer limitar os mandatos dos cartolas
José Cruz
“O Estado não vai tutelar nem administrar as modalidades esportivas. Autonomia é bom e saudável. Mas não pode haver autonomia sem compromisso social, com interesses públicos”
Os eternos mandatos dos cartolas do esporte brasileiro estão com os dias contados.
O governo federal entrou em definitivo na campanha para que entidades contempladas com verbas públicas tenham mandatos de seus dirigentes limitados.
Além de dois projetos de lei que tramitam rapidamente na Câmara e no Senado, o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, defendeu a proposta para “democratizar a gestão esportiva”, em entrevista a Juca Kfouri, sábado à noite, na ESPN.
“Isso (a limitação dos mandatos) não é mais um debate. É um caminho irreversível. A sociedade está convencida de que as instituições tem que entrar em sintonia com o país”, disse Aldo em entrevista Juca Kfouri, na ESPN, sábado à noite.
Autonomia
“O Estado não vai tutelar nem administrar as modalidades esportivas. Autonomia é bom e saudável. Mas não pode haver autonomia sem compromisso social, com interesses públicos”, afirmou o ministro.
O presidente do Comitê Olímpico, Carlos Nuzman, está há 17 anos no poder. Mas, mesmo recebendo valiosos recursos públicos, não implantou no olimpismo a dinâmica do vitorioso vôlei nacional.
Gesta de Melo, do Atletismo, está há 25 anos na presidência da Confederação de Atletismo. Coaracy Nunes, do Desportos Aquáticos, 24, e Manuel Luiz Oliveira, do Handebol, e João Tomasini, da Canoagem, 23 anos cada.
Pressão
“A limitação dos mandatos será uma forma de exercer pressão sobre os dirigentes para que alcancem resultados. Se um dirigente sabe que ficará quatro anos no cargo terá que se esforçar para apresentar resultados em curto prazo”, explicou o ministro.
Os projetos de lei que tramitam no Congresso Nacional preveem quatro anos de mandato com direito a somente uma reeleição.
Atualizado às 16h14 de 19 de agosto
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