Governo aplicou R$ 6,2 bilhões em esporte nos últimos quatro anos
José Cruz
O governo federal aplicou R$ 6,2 bilhões no esporte entre 2009 e junho de 2012.
Nesse valor estão todas as manifestações esportivas, do automobilismo ao futebol e, principalmente, os recursos para as modalidades olímpicas, contempladas com R$ 1,4 bilhão.
Os recursos financeiros vêm do Orçamento da União, empresas estatais, Lei de Incentivo, loterias federais etc.
Em termos reais, de 2003 para 2011, o orçamento do Ministério do Esporte cresceu 3,5 vezes, ampliando sua participação no PIB.
Com este balanço fica claro que o esporte interessa ao governo, mas a distribuição dos recursos ocorre sem que se tenha uma política pública para a iniciação.
Resultado: a verba concentra-se na elite, no atleta pronto, que recebe de várias fontes. E os que estão na base e seus técnicos que se lixem…
A prioridade na aplicação do dinheiro público é contemplar o alto rendimento, o futebol entre eles, atividade altamente suspeita em suas contas devido à falta de transparência e corrupção já registrada em duas CPIs.
Da mesma forma, tornam-se suspeitas as aplicações no esporte olímpico, pois não temos porioridades, metas, planejamento integrado. O COB diz uma coisa e o MInistério do Esporte fala outra. Quando se juntam combinam e ensaiam para tentar a mesma linguagem. Pura ilusão.
Também faltam prestações de contas públicas, isto é, que demonstrem onde a grana foi efetivamente aplicada.
Não temos isso e enquanto assim continuar nós, contribuintes desse sistema, temos que suspeitar que o dinheiro não está sendo aplicado de forma devida.
Os resultados da maioria dos esportes nos Jogos de Londres são a principal suspeita da má gestão da verba pública. E os senhores presidentes de confederação têm a obrigação de vir a público se manifestar diante desse contraste que é ter mais dinheiro e menos resultados.
Bandeira
Que ninguém se iluda e se emocione com o desfile da Bandeira Olímpica pelo Brasil. Símbolo dos históricos Jogos ela não pode se tornar mais importante neste momento de fracassos do nosso esporte. Em quatro anos será a vez da chama olímpica. E com certeza estaremos falando das mesmas mazelas de hoje. Que são as de ontem…
Ao contrário, esses símbolos olímpicos poderão servir para esconder, camuflar, driblar a nossa realidade que é ainda amadora na gestão dos recursos e na formulação de propostas efetivas para o desenvolvimento do esporte, porque alija a escola e a universidade desse contexto.
Uma coisa são os Jogos, outra os negócio$. E o governo, financiador, está perdido nessa parada.
Leia aqui a reportagem do dinheiro público para o esporte.