Blog do José Cruz

Promoção dos Jogos Olímpicos têm rombo médio de 252% desde 1960

José Cruz

Lembram do orçamento do Pan 2007, que saltou de R$ 400 milhões para R$ 3,4 bilhões?

Pois há uma explicação olímpica  para o aquele estouro. O que não invalida a tese de planejamento falho, dos conflitos políticos e  pífia fiscalização que contribuíram para que os gastos fossem exorbitantes.

A reportagem sobre os históricos rombos olímpicos foi publicada na edição de Valor, ontem.

''Olimpíada de Londres ultrapassa custo inicial''

''O mesmo ocorrerá nos Jogos Rio-2016, admite Leonardo Gryner, diretor-geral do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos''

Vitor Paolozzi

Valor – São Paulo

Um estudo de dois pesquisadores da Universidade Oxford afirma que os Jogos Olímpicos de Londres vão ter um estouro de 4,2 bilhões de libras (US$ 6,6 bilhões), ou 101%, em relação ao orçamento apresentado na candidatura da cidade em 2005.

Outro cálculo, de um órgão auxiliar do Parlamento britânico, aponta um custo final na casa de 11 bilhões de libras. O governo britânico, no entanto, está alardeando que as contas serão rigorosamente cumpridas.

Essa guerra de números mostra como podem ser múltiplas as maneiras de se computar, e interpretar, os gastos envolvidos em jogos olímpicos e serve como uma prévia do que virá pela frente em relação à Olimpíada do Rio de Janeiro, em 2016.

Os pesquisadores Bent Flyvbjerg e Allison Stewart, da Said Business School, ligada à Universidade Oxford, fizeram um levantamento de todas as olimpíadas e jogos de inverno desde 1960 e concluíram que os eventos ''ultrapassam o orçamento com uma constância de 100%.

Nenhum outro tipo de megaprojeto tem essa consistência no que se refere a estouro de orçamento. Os dados, assim, mostram que, ao decidir sediar os jogos olímpicos, uma cidade ou nação está empreendendo um dos tipos de megaprojeto mais financeiramente arriscados que existem''.

No Brasil

Leonardo Gryner, o diretor-geral do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio-2016, já admite que haverá alterações nos custos. ''Quando você está se candidatando, você desenha um projeto com números aproximados, mas, quando vai se fazer a obra, esses números podem variar. A construção civil aqui no Rio está aquecida, você vê que os preços de materiais não se comportam da mesma forma [que no orçamento de 2008]'', diz.

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