Copa 2014 cai na real e governo terá que cortar obras em três cidades-sedes
José Cruz
Ministros do TCU disseram ao deputado Romário que a Fifa contribuiu para aumentar significativamente o valor de alguns projetos originais para 2014
Nos próximos meses três cidades-sedes da Copa do Mundo 2014 vão “derrubar obras de mobilidade urbana” previstas na matriz de responsabilidade. Motivo: faltará tempo para concluí-las.
Essa foi uma das notícias que deixou o deputado Romário (PSB-RJ) indignado ao sair de encontro com o presidente do Tribunal de Contas da União, Benjamin Zynler e com o relator do assunto Copa, ministro Valmir Campelo, hoje à tarde. Os ministros não revelaram quais as cidades serão atingidas pelos ''cortes''.
“Eu já sabia que não teria boas notícias nesse encontro com os ministros do TCU, mas essa é a pior de todas, porque é justamente no setor de mobilidade urbana, é o que ficaria de legado para a população”, protestou o deputado.
Desgaste
Segundo Romário, os ministros estão convencidos de que o governo terá que enfrentar esse desgaste político de cancelar obras, pois será pior iniciar um projeto, gastar recursos e não concluí-los.
Valmir Campelo disse que o quadro é pior do que se pensa. Por exemplo, “agora há certeza de que sem dinheiro público não realizaríamos a Copa”.
Isso e exatamente o contrário do que discursou o presidente Lula, antes de deixar o governo, “de que essa seria a Copa da Iniciativa privada” .
Os ministros também informaram que muitos termos aditivos incluídos nos projetos da Copa ocorreram por influência da Fifa, contribuindo para aumentar significativamente o valor dos projetos originais.
“Ela (Fifa) tem parcela de culpa no aumento dos gastos públicos”, disse Romário, repetindo as informações que ouviu do presidente do TCU.