Tênis fora dos Jogos de Londres? fartura de dinheiro e escassez de atletas
José Cruz
Derrotado pelo sérvio Viktor Troicki, na primeira rodada de Roland Garros, o brasileiro Thomaz Bellucci perde 80 pontos no ranking “e pode ficar fora das Olimpíadas de Londres, já que a lista de participantes será feita com base na classificação internacional após Roland Garros”
A informação está na página oficial da Confederação Brasileira de Tênis, e o próprio Bellucci admite ser difícil ir ao tradicional evento.
Repetindo:
O Brasil poderá ficar sem representantes masculino e feminino no torneio individual de tênis dos Jogos Olímpicos de Londres.
Qual a desculpa para esse fracasso?
Com a palavra o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Nuzman, o presidente da ECT, patrocinadora, e, principalmente, o presidente da Confederação de Tênis, Jorge Lacerda da Rosa.
Explicações
Expliquem, por favor, sobre essa situação de retrocesso, depois de:
– 10 anos de vigência da Lei Piva
– Recursos da Lei de Incentivo
– Recursos do orçamento do Ministério do Esporte
– Patrocínio da ECT injetados na Confederação Brasileira de Tênis.
Quanto, afinal, foi investido na modalidade nos dois últimos ciclos olímpicos? Antecipo o dado mais recente: Só em 2011 a Confederação recebeu R$ 10 milhões dos cofres públicos.
Mas, afinal, quem são os destaques masculino e feminino profissionalizados?
Porque ficamos na dependência de apenas um nome, Bellucci, para representar o país numa olimpíada?
Qual o motivo do fracasso do projeto tênis diante dos recursos recebidos nos dois últimos ciclos olímpicos?
Repeteco
Senhor Jorge Rosa, insisto nas perguntas públicas, pois não obtive respostas dos encaminhamentos à sua assessoria.
Não é oportuno apresentar o balanço das movimentações bancárias das seis contas correntes “laranjas” – nos bancos do Brasil, Itaú e Nossa Caixa – operadas pela CBT em nome do Instituto Tênis, em São Paulo?
Essas movimentações foram contabilizadas pela CBT?
O Tribunal de Contas, o Ministério Público Federal, a Controladoria Geral da União e a Polícia Federal – que investiga denúncias de irregularidades na CBT – conhecem sobre essas contas laranjas, movimentadas por uma instituição fartamente beneficiada por recursos públicos?
Finalmente:
Porque Jorge Rosa não cumpre o estatuto da CBT e apresenta prestações de contas trimestrais?
Não foi com esse argumento – “transparência” – que ele liderou o movimento para afastar Nelson Nastás da CBT, prometendo dar novos rumos ao tênis brasileiro?
Pois aí estão os novos rumos, os novos tempos. Fartura de dinheiro e escassez de atletas …
O Ministério do Esporte questiona a CBT sobre essas questões?