Campeões do futebol são “heróis abandonados”
José Cruz
Excelente reportagem de Gustavo Marcondes no Correio Braziliense deste sábado sobre os dramas de vários bicampeões mundiais de futebol – 1958/1962 –, esquecidos nestes tempos da valorizada mídia instantânea. “Heróis abandonados”, é o titulo da reportagem, em três edições – amanhã e segunda-feira tem mais.
A partir da premiação de R$ 100 mil que cada campeão receberá, conforme a Lei Geral da Copa, recentemente aprovada, Gustavo foi a campo e ouvir vários campeões.
A recompensa prometida é a mesma que a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) oferecerá aos nadadores que ganharem medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Londres.
O ex-craque tricampeão, Tostão – agora craque na crônica esportiva – é contra o benefício governamental (aqui), alegando que em 1970 ganharam bom prêmio.
Mas não se pode ignorar que os bicampeões, principalmente, não tiveram prêmios milionários ou gratificação da TV e, hoje, efrentam dificuldades enormes para tratamento de saúde, antes de tudo.
Pior: o tempo se encarregou de colocá-los no esquecimento da fama que um dia tiveram, mesmo sem a poderosa exposição da mídia de nossos tempos.
Assim, velhos e doentes, estão desamparados, também, do carinho do torcedor, pois ao longo de 50 anos foram ignorados pela CBF.
“A CBF nunca fez nada. Deveria nos dar mais valor, mas eu não espero nada”, afirmou o bicampeão Djalma Santos que jogou na mesma Seleção de Nilton Santos, também autor de uma frase que se tornou famosa: “Eu fazia o que gostava e ainda me pagavam”…
Enfim, leiam a reportagem que recupera parte da historia da Seleção Brasileira que há 50 anos começou a dar nova visibilidade ao Brasil. Aula de jornalismo oferecida por Gustavo Marcondes.