A Copa dos horrores
José Cruz
O Jornal Nacional acaba de divulgar que 13 pessoas morreram num hospital do Distrito Federal, onde o governador, Agnelo Queiroz, é médico.
Todos os mortos passaram pelo leito 19 do Hospital de Santa Maria. Ali, em vez de oxigênio os doentes recebiam ar comprimido. Ou seja, ar para encher pneus…
“A instalação foi trocada”, disse um burocrata do governo, justificando o erro fatal.
No Rio, um fotógrafo húngaro morreu no Hospital Souza Aguiar. Esperou um mês por uma cirurgia que deveria ter ocorrido em 48 horas…
“Não havia material para a cirurgia”, disse outro burocrata.
Memória
Em 2000, o então governador Joaquim Roriz, construiu a Ponte JK, no Lago Sul.
Orçada em R$ 39 milhões custou perto de R$ 200 milhões, enquanto centenas de doentes morreram por falta de medicamentos. Isso está documentado em reportagens e processos que não deram em nada. Roriz está livre e, quando precisa, vai aos Estados Unidos cuidar de sua saúde.
A morte é vulgarizada a esse ponto. Depois, burocratas e políticos dão explicações, as famílias enterram os mortos e os assassinos continuam soltos.
Enquanto isso…
os governos federal, estaduais e municipais gastam bilhões de reais construindo estádios de futebol. Vou continuar com este assunto, sim.
Aqui em Brasília, Agnelo Queiroz, que sabe lá como se sustenta no cargo devido gravíssima crise política, misturando lixo e corrupção, mandou construir um estádio de 72 mil lugares, numa cidade onde ver futebol é tortura para o torcedor.
Assim como Roriz, Agnelo fez a opção pelo concreto, enquanto os hospitais que administra matam doentes. Com ar comprimido.