Lei de Incentivo destinou R$ 433 milhões ao esporte em quatro anos
José Cruz
Entre 2007 e 2010 o governo federal injetou R$ 433 milhões no esporte brasileiro através da Lei de Incentivo ao Esporte, recurso que permite o abatimento do imposto de renda devido, na proporção de 6% para a pessoa física e 1% para a jurídica. Conheça a lei.
No mesmo período, foram aprovados projetos que totalizaram R$ 1,6 bilhão.
No entanto, apenas um quarto ( 433 milhões) foi captado, segundo relatório oficial do Ministério do Esporte.
Do total captado, 58% destinaram-se a projetos desenvolvidos em São Paulo, 32% no Rio de Janeiro e os restantes 10% aos demais estados da federação.
Futebol
Em 2010, os clubes de futebol foram os mais beneficiados, captando R$ 29,3 milhões, seguidos de projetos da natação, com R$ 15,3 milhões, judô, R$ 14,5 milhões, atletismo, R$ 14 milhões e tênis, R$ 11 milhões, fechando o top cinco.
As ONGs foram as principais entidades atendidas, com 41,2% dos recursos, seguidas das confederações esportivas, com 10%.
Dúvida
Será que o Ministério do Esporte tem equipe que acompanha a execução desses projetos, ou repete-se o programa Segundo Tempo, sem qualquer fiscalização?
Essa dúvida vem a propósito da seguinte afirmação, que consta no relatório oficial:
“Em 2010, 778 mil pessoas foram beneficiadas de forma direta pela Lei de Incentivo ao Esporte”
Ou seja, se o Ministério do Esporte selecionar apenas 0,1% do pessoal atendido pelos R$ 424 milhões terá um público de 780 atletas em potencial. Ou seja, o triplo da uma delegação olímpica.
É, sem dúvida, um potencial que representa expressiva base de renovação para várias modalidades.
Mas onde estão esses atletas?
O Ministério do Esporte tem o mapeamento dos beneficiados na área de rendimento, para ali identificar talentos e encaminhá-los à profissionalização?
Diante desse quadro, voltarei ao assunto na próxima mensagem, tratando da questão do momento: dinheiro de incentivo para piloto de automobilismo, em atenção à resposta de Emerson Fittipaldi ao UOL Esporte.
Atualização do post – às 18h05
O valor correto dos investimentos em quatro anos é de R$ 424,9 milhões, e não R$ 433 milhões como divulguei.
Desculpe, caro leior, errei na soma.