Copa 2014: notícia de um calote anunciado
José Cruz
O secretário do estadual do Paraná para Assuntos da Copa do Mundo, Mario Celso Cunha (PSB), sugeriu que o Atlético-PR pegasse dinheiro emprestado do poder público para a reforma da Arena, na expectativa de que a dívida deverá ser perdoada pelo governo federal.
Cópia do discurso de Celso Cunha, feito em 2010, para convencer a diretoria e os conselheiros do Atlético-PR a realizar empréstimo junto ao BNDES, foi parar nas mãos dos repórteres Adriano Ribeiro e carlos Eduardo Vicelli, do jornal Gazeta do Povo, de Curitiba.
A dupla publicou a reportagem na edição de domingo, com link para a declaração do secretário.
“O que vai acontecer? Eu tenho quase certeza. Se os clubes forem assumir esses financiamentos (para obras em estádios) não vão pagar coisa nenhuma […] É claro que estou falando sobre suposição, mas eu acredito muito que vão perdoar essas dívidas. Não vai ter como o governo cobrar os clubes, quando o próprio Brasil quer fazer a Copa do Mundo aqui”, disse Cunha, prevendo que, no fim das contas, o poder público arcaria com todos os gastos.”
Os repórteres foram ouvir Celso Cunha. Ele confirmou a declaração.
Previsão
Depois do fracasso da Timemania – loteria para cobrir o calote de clubes ao fisco – não tenho dúvidas de que o governo federal poderá, encerrada a Copa, dar a anistia prevista pelo secretário paranaense.
Se o Brasil vencer a competição, a anistia virá como “prêmio” ao esforço dos que contribuíram para o evento; se perder, será uma forma de compensar os gastos dos clubes. Sobre isso escrevi em 2010. Agora, dois anos antes da competição uma autoridade íntima da organização já faz a previsão.
Agora vai.