TCU revela desinteresse de atletas sobre o assunto “esporte”
José Cruz
O Tribunal de Contas da União realizou, em 2011, uma auditoria para identificar o nível do esporte de rendimento do país, comparativamente aos recursos públicos liberados. Fez várias visitas e consultas para ter o resultado mais real possível.
Surpresa: dos 2.949 atletas consultados, apenas 210, isto é, 7% se manifestaram.
Pior: das 151 confederações e federações, somente 30, ou 20% delas responderam às indagações do Tribunal.
Mais: 200 clubes receberam os formulários e 11, isso mesmo, apenas 11 – 5% deles, se dignaram a participar da consulta do TCU.
O melhor desempenho nesse miserável ranking do desinteresse gerencial-esportivo ficou com as universidades que integram a Rede Cenesp, que, por sinal, está desativada, conforme comentarei em outra mensagem.
Das 14 universidades consultadas, oito, 57%, se comunicaram com o TCU.
O desenvolvimento do esporte no Brasil pode ser avaliado, também, pelo interesse no intercâmbio de informações dentre os órgãos afins, como o TCU tentou fazer. Mas, como se observa, nesse quesito também estamos péssimos. O relatório do Tribunal é longo. Estou lendo e, aos poucos, publicarei os resultados.
Porém, a primeira constatação do TCU é que estamos longe de um eficiente programa de esporte de alto rendimento, apesar da fartura de dinheiro que o governo distribui a clubes, atletas, confederações, associações, comitês Olímpico e Paraolímpico.
Preliminarmente, fico com as observações que tenho feito com freqüência: não temos um projeto ordenado de esporte de rendimento para o país. O que há são ações isoladas. Cada um por si. Quem correr mais depressa pega o dinheiro, mas sem um intercâmbio entre os órgãos afins e sem que o Ministério do Esporte defina com o Comitê Olímpico Brasileiro quem faz o quê neste país olímpico de planejamento pífio.