Basquete: Carlinhos pune federação que se opõe aos seus atos
José Cruz
O autoritarismo, a prepotência e o nariz empinado de muitos cartolas olímpicos são temas freqüentes neste espaço. Assunto batido, bem sei, mas é compromisso da imprensa “tentar” fiscalizar quem recebe dinheiro público. Muito dinheiro, por sinal.
A propósito, escrevo este artigo enquanto o companheiro Juca Kfouri anuncia que Ricardo Teixeira prepara sua saída – “pelo portal dos fundos” – da CBF. A se confirmar, fica provado que “um dia a casa cai” e que ninguém se sinta seguro em suas cadeiras de comando.
Hoje, em entrevista à rádio CBN, comparei como a democracia há muito funciona nos poderes da República, com prazos e eleições, enquanto ainda convivemos com a ditadura dos cartolas, que governam com mão-de-ferro contra os opositores.
Pior: como alteram documentos oficiais com extrema facilidade, para se beneficiarem de mudanças oportunistas. Exemplos recentes, a Confederação Brasileira de Atletismo e Confederação Brasileira de Tênis. Tudo isso, é preciso repetir exaustivamente, usando e abusando de dinheiro que sai dos cofres oficiais.
Basquete
Quem se enquadra nesse perfil é a Confederação de Basquete, dirigida por Carlos Nunes, o Carlinhos.
Ao contrário da campanha para chegar à presidência da CBB, lançada em Brasília, quando falava à vontade, sorria e abraçava a todos, Carlinhos, agora, silencia diante de dezenas de indagações que lhe enviei. Age como nos tempos da ditadura em que os militares de plantão, indignados com as perguntas de jornalistas, limitavam-se a responder: “Nada a declarar”…
Carlinhos, nem isso! Mal-educado!
O presidente da Federação Maranhense de Basquetebol, Manoel Cid Castro, também sofre em sua gestão por ter feito oposição a Carlinhos.
Entre outros questionamentos, o que pediu o presidente nordestino?
- – o pagamento, de direito, dos valores em atraso do projeto “Basquete do Futuro”, patrocinado pela Eletrobrás;
- – repasses mensais de R$ 1.500,00 que as demais federações recebem, menos a do Maranhão.
Entenderam? Carlinhos recebe dinheiro da Lei Agnelo Piva; da Eletrobras; de convênios com o Ministério do Esporte, enfim. E faz o que bem entende com a grana que não lhe pertence. Inclusive punir federações filiadas!
Pior: quem o fiscaliza? O Ministério do Esporte? nem pensar.
Está aí um prato cheio para o Tribunal de Contas da União.