Bolsa Atleta poderá ter R$ 80 milhões em 2012
José Cruz
Com novas regras, a Bolsa Atleta 2012 tem R$56 milhões garantidos no orçamento do Ministério do Esporte.
Mas poderá chegar a R$ 80 milhões, pois foi pedida suplementação de R$ 24 milhões, ao Ministério do Planejamento.
Paralelamente, será feita uma releitura da Portaria nº 164, de 6 de outubro de 2011, com critérios para inscrições dos bolsistas, visando a possíveis mudanças. Para melhor, claro.
A portaria em questão tem avanços, mas também exigências que podem prejudicar atletas, principalmente os paralímpicos.
Por exemplo, estabelece como critério mínimo que as provas de determinada modalidade devam ter, no mínimo competidores de seis estados.
“Acontece que o paradesporto é composto por sua própria natureza e em grande parte por micro-modalidades. São deficientes que competem em modalidades específicas, divididas em classes e sub-classes, de acordo com o grau da lesão e comprometimento de cada atleta, que recebem uma classificação funcional”, escreveu um atento leitor.
Por exemplo:
Entre os olímpicos, os 100 metros no atletismo é uma prova para todos. Já nos paralímpicos ela se divide entre visuais, amputados, mentais, paralisados cerebrais e cadeirantes. E esses se subdividem em suas respectivas classes de lesões. Uns enxergam menos, outros nada! Uns tem a perna amputada abaixo do joelho; outros, bem acima. E cada uma dessas deficiências se enquadra numa classificação, o que dificulta, muitas vezes, ter atletas de seis estados diferentes na mesma.
O efeito disso é que muitos atletas que hoje são beneficiados pela Bolsa Atleta poderão perdê-la, pois várias modalidades serão esvaziadas pela falta de quórum – seis atletas por prova.
Assim, para não ficarem prejudicados, os atletas deverão migrar para outras provas que tenham maior número de competidores. Ou seja, atletas com potencial de pódio vão inchar outras categorias e diminuir, claro, as chances de o Brasil conquistar maior número de medalhas em provas onde tem atletas com potencial. No Jogos Parapan-Americanos de Guadalajara, 82% dos medalhistas recebem a Bolsa Atleta.
Essa é uma das avaliações que Marco Aurélio Klein, do setor de Bolsa Atleta do Ministério do Esporte, determinou fazer, para possível atualização.
Uma das evoluções no sistema é o que contempla com a continuação da Bolsa atletas que tenham tido resultado expressivo. Por exemplo, um bolsista que conquiste o campeonato mundial, olímpico ou paralímpico não precisará renovar a inscrição, que será automática.